Assine SUPER por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Qual é o material mais duro do mundo?

Por Giselle Hirata
Atualizado em 22 fev 2024, 10h48 - Publicado em 17 mar 2012, 15h27
velho-oeste-material-duro

É o diamante. Ele ainda mantém o posto de material mais duro existente na natureza. O mineral suporta uma pressão de até
 97 megapascals (cerca de 9 mil vezes a pressão atmosférica) antes de
se romper e só é riscado por outro diamante. 
Mas, por incrível que pareça, o reinado da 
joia está ameaçado por outros dois minerais:
 a lonsdaleíta e o nitrato de boro com estrutura cristalina de wurtzita. Eles seriam 58 e 18% mais duros que o diamante, respectivamente.
 Mas, por enquanto, 
isso só fica na teoria,
 já que a dureza dos
 dois ainda não foi comprovada fisicamente. O problema é que tanto um quanto o outro são extremamente raros no planeta. A lonsdaleíta provém de impactos de meteoros sobre a Terra
 e a wurtzita de nitrato
 de boro só é encontrada após erupções vulcânicas muito violentas. O que 
se sabe é que os minerais ganharam a atenção dos cientistas, uma vez que podem ser substitutos 
– mais baratos – do diamante e compatíveis com aplicações médicas, industriais e espaciais.

OS DURÕES

Veja as dez referências na escala de Mohs, que mede a capacidade de um material riscar outro

TALCO

Grau de dureza: 1. É o mais mole e pode ser riscado até por uma unha.

Onde é encontrado: Em depósitos minerais formados por rochas que sofreram transformações por causa do calor e da pressão do interior da Terra.

Utilidade: Serve como isolante térmico e elétrico em construções e está presente na cerâmica.

Continua após a publicidade

GIPSITA

Grau de dureza: 2.
 Só não é riscada pelo talco.

Onde é encontrada: Em jazidas de rochas sedimentares (que se formam com a ajuda da água, do vento e do gelo).

Utilidade: Serve como isolante térmico e acústico e como gesso para imobilizar fraturas e fabricar estátuas.

CALCITA

Grau de dureza 3. É riscada pelos sete minerais acima dela na escala e até por uma moedinha de cobre.

Onde é encontrada: Em jazidas com rochas sedimentares de calcário, encontradas em rios, lagos e cavernas.

Continua após a publicidade

Utilidade: Usada em instrumentos ópticos, em indústrias siderúrgicas e na correção de acidez do solo.

FLUORITA

Grau de dureza: 4. É riscada facilmente por uma faca de cozinha.

Onde é encontrada: É um mineral de origem hidrotermal, formado onde há a circulação de água quente.

Utilidade: Serve como auxiliar na fundição e na fabricação de ácido fluorídrico. Também é usada na fabricação de vidros, esmaltes e ceramica.

APATITA

Grau de dureza: 5. Risca o talco,
 a gipsita, a calcita, a fluorita e a si mesma.

Continua após a publicidade

Onde é encontrada: Em depósitos orgânicos, em rochas magmáticas (formadas pelo magma dos vulcões) e em jazidas.

Utilidade: Compõe os ossos de animais e é importante para a produção de adubos.

FELDSPATO

Grau de dureza: 6. Risca a si mesmo, mas não é capaz de riscar
 os outros quatro acima dele na escala.

Onde é encontrado: Depósitos hidrotermais (onde tem água quente) de pegmatito (rochas minerais).

Continua após a publicidade

Utilidade: Muito comum na produção de vidros e cerâmicas.

Continua após a publicidade

QUARTZO

Grau de dureza: 7
. É resistente e capaz de arranhar o vidro.

Onde é encontrado: Jazidas metas-sedimentares (rochas que sofreram modificações por causa de pressão, temperatura e tempo) de quartzo.

Utilidade: Usado na fabricação
de vidro, cerâmica, esmalte, sabão, fibras ópticas e produtos eletrônicos.

TOPÁZIO

Grau de dureza: 8
. Risca o quartzo, mas é riscado pelo coríndon e pelo diamante.

Onde é encontrado: Depósitos hidrotermais (onde tem água quente) de pegmatito (rochas minerais).

Utilidade: Pedra preciosa vendida comercialmente por joalherias.

CORÍNDON

Grau de dureza: 9
. Consegue riscar o topázio, mas não é mais duro que o diamante

Onde é encontrado: Depósitos primários de pegmatito, depósitos secundários de sedimentação.

Utilidade: É considerado uma joia e é vendido comercialmente em joalherias.

DIAMANTE

Grau de dureza: 10. É o mais durão. Só pode ser riscado por ele mesmo.

Onde é encontrado: Jazidas de kimberlito (rochas formadas por erupções vulcânicas) e em depósitos sedimentares.

Utilidade: Na indústria, serve como ferramenta de corte e para talhar materiais, além de ser uma joia cara.

HERÓIS DA RESISTÊNCIA

Estes são os novos minerais cotados para o título de “mais durão do mundo”

WURTZITA DE NITRATO DE BORO

Posição no ranking: Hoje, ocuparia o lugar do coríndon. Ela é
tão dura quanto o diamante, mas quando colocada sob pressão fica mais resistente. Isso acontece porque os elétrons presentes em sua estrutura começam a se repelir para aliviar a tensão entre eles. Ou seja, são capazes desemoverese rearranjar, enrijecendo o mineral. A wurtzita de nitrato de boro ficaria em segundo lugar porque tem impurezas em sua estrutura e sua dureza é momentânea, ficando mais dura só sob pressão.

Onde é encontrada: Nos arredores de vulcões. O mineral é formado após fortes erupções.

Utilidade: Também não tem uma função certa, mas seria um substituto mais barato do diamante em aplicações industriais e até espaciais.

LONSDALEÍTA

Posição no ranking: Hoje, o mineral ficaria entre o topázio e o coríndon. Todas as amostras de lonsdaleíta já encontradas apresentaram falhas estruturais e impurezas, deixando o mineral com a dureza menor do que o valor teórico (simulado por computador), no qual ele suportaria uma pressão de 152 megapascals (cerca de 15 mil atmosferas) – 58% mais do que o diamante. Mas os cientistas estão trabalhando para que, futuramente, consigam recriar uma estrutura com base nesse material, formando um material ultrarresistente.

Onde é encontrada: Em crateras. É formada sob alta pressão e temperatura pelo impacto de meteoros sobre a superfície da Terra.

Utilidade: O uso ainda é indefinido, mas o mineral pode ser um substituto do diamante em ferramentas industriais.

FONTES Douglas do Nascimento Silva, engenheiro químico e professor de engenharia química da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) de Diadema; Akihisa Motoki, mineralogista e professor da Faculdade de Geologia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Super impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 12,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.