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Como é organizado um festival de cinema?

Geralmente, um evento desse tipo envolve uma estrutura complexa, mobilizando centenas de pessoas que trabalham o ano todo. Antes de mais nada, é preciso viabilizar o evento, buscando patrocínio para bancar a empreitada. Só depois do sinal verde dos financiadores é que começa a organização. Em primeiro lugar, os organizadores aprovam os filmes que farão […]

Por Redação Mundo Estranho
Atualizado em 22 fev 2024, 11h06 - Publicado em 18 abr 2011, 18h52

Geralmente, um evento desse tipo envolve uma estrutura complexa, mobilizando centenas de pessoas que trabalham o ano todo. Antes de mais nada, é preciso viabilizar o evento, buscando patrocínio para bancar a empreitada. Só depois do sinal verde dos financiadores é que começa a organização. Em primeiro lugar, os organizadores aprovam os filmes que farão parte do festival. Em seguida, cuidam de toda a propaganda e divulgação, negociam as salas de projeção onde as películas serão exibidas e montam a programação. No final, a maioria das mostras e festivais conta ainda com júris que premiam as melhores produções em diversas categorias. Como boa parte desses eventos privilegia filmes nacionais e estrangeiros fora do circuito comercial, um festival é uma boa oportunidade para cineastas, distribuidores, críticos e público conhecerem as novidades cinematográficas de diversas partes do mundo. O primeiro festival a ser organizado foi o de Veneza, na Itália, em 1932.

Mas o evento, considerado hoje um dos mais prestigiosos do mundo, só se tornou fixo e anual em 1943. Três anos depois, aconteceu a estréia de outro festival tradicional, o de Cannes, no sul da França. Conhecido por apostar nos filmes “de arte”, ele é famoso por abrigar discussões intermináveis para decidir quem leva a Palma de Ouro, o cobiçado prêmio do evento. No Brasil, os festivais mais badalados são o de Gramado, no Rio Grande do Sul, cuja programação privilegia filmes nacionais e latinos, e as mostras internacionais de cinema do Rio de Janeiro e de São Paulo. O evento paulistano, aliás, acontece entre os dias 17 e 30 deste mês e deve atrair um público estimado de 180 mil cinéfilos. “Nossa seleção aposta em criações inovadoras e filmes internacionais de difícil acesso”, afirma o cineasta Ivan Melo, um dos produtores da mostra paulistana.

Maratona nos bastidores
Mostra Internacional de São Paulo analisa mais de mil filmes para definir a programação

1. Os festivais costumam durar cerca de 15 dias, mas a equipe de organização trabalha o ano todo. O primeiro passo é buscar um patrocinador para o evento. Para isso, um grupo de quatro a cinco pessoas prepara um projeto para ser distribuído entre possíveis financiadores. A Mostra Internacional de São Paulo tem um orçamento de 3,3 milhões de reais

2. Com o dinheiro garantido, os organizadores fazem uma triagem dos filmes que serão exibidos. A escolha segue dois caminhos: primeiro, o grupo roda mostras do mundo todo para definir as melhores produções. Além disso, os produtores recebem milhares de inscrições pela internet e costumam assistir a todos os filmes. A mostra de São Paulo recebeu cerca de 1 100 filmes no ano passado

3. Depois das inscrições e triagem começa a escolha dos filmes que efetivamente farão parte do festival. Uma comissão de aproximadamente cinco pessoas, formada pelos organizadores e críticos de cinema, assiste a cópias em vídeo de filmes escolhidos em festivais e pela internet para decidir qual será a programação

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4. Quando a produção aprovada é estrangeira, o diretor ou distribuidor precisa mandar junto com a cópia em vídeo uma lista de diálogos para tradução e legendagem. O trabalho envolve muita gente: no evento paulistano, por exemplo, essa etapa conta com cerca de 50 tradutores. Na hora da exibição, um operador sincroniza manualmente no computador as legendas com o filme

5. Alguns meses antes do festival, começa a fase de divulgação. Na mostra de São Paulo, um diretor é convidado para desenhar o cartaz que serve de base para o catálogo oficial, kits de imprensa e produtos promocionais, como sacolas e camisetas. Cineastas conhecidos, como o italiano Federico Fellini e o japonês Akira Kurosawa, já foram encarregados dessa tarefa

6. A etapa seguinte é a negociação das salas de exibição. Em geral, o dono do cinema cede as salas para o festival e a bilheteria é divida em partes iguais entre a organização e o proprietário. O evento paulistano costuma ocupar entre 10 e 12 salas. Do lado de fora dos cinemas, mais de 80 pessoas trabalham como monitores, organizando filas, vendendo produtos do festival e entregando cédulas de votação para o júri popular

7. Depois de tudo pronto, é hora de exibir a programação do evento. Durante as duas semanas da mostra de São Paulo, são projetados entre 250 e 300 títulos. Como os festivais apresentam filmes muito recentes, que contam com apenas uma ou duas cópias em película, às vezes um filme é exibido em uma única sessão e no dia seguinte já está viajando para o próximo festival

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8. Boa parte dos eventos conta também com júris para definir as melhores produções exibidas. A mostra de São Paulo tem três júris. O popular, composto pela votação do público, escolhe dez filmes que serão vistos pelo segundo júri, o internacional, com cineastas renomados. O terceiro júri é o da crítica especializada, que também elege seus favoritos

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