Com os balões e outras engenhocas mais leves que o ar, o homem passou a dominar mar, terra e céu já na segunda metade do século 19. Mas foi no século 20, com o avião, que o homem concretizou seu desejo de voar. Essa invenção foi uma das maiores revoluções da época, sobretudo por levar a humanidade a lugares até então inacessíveis e encurtar distâncias entre os povos. Viagens longas eram feitas a navio ou trem. Pelo mar era possível demorar dias e até meses, em tempos mais remotos.
Muita gente ainda não sabe que o avião voa devido à corrente de ar que passa sob suas asas quando está em movimento. Para isso, é necessário que seus motores desloquem-no pelo solo até sair da terra. É o princípio da decolagem, até hoje aplicado em aviões comerciais e foguetes espaciais. Esse princípio favorece a tese de que foi o brasileiro Santos Dumont (1873-1932) o primeiro a voar, decolando do Campo de Bagatelle, na França, com seu 14-Bis, em 12 de novembro de 1906. Dumont sobrevoou 220 metros em 20 segundos. Um feito registrado oficialmente, ao contrário do vôo dos irmãos norteamericanos Wilbur e Orville Wright, que, em 17 de dezembro de 1903, disseram ter voado cerca de 40 metros. Não havia testemunhas oficiais e a engenhoca, o Flyer, foi lançada por uma catapulta. Os inventos de ambos “concorrentes” serviram de modelos a outros cientistas e o avião foi ampliando seus fins – de carregar passageiros a servir de poderosa arma de guerra, como nem deveria prever Dumont.