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Telepatia

Uma mãozinha dos aparelhos de ressonância magnética torna menos delirante o sonho de bisbilhotar a mente alheia

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h48 - Publicado em 18 fev 2011, 22h00

Texto Salvador Nogueira

Fraude ou anomalia. Para os céticos, todos os supostos casos de telepatia acabam caindo em uma dessas categorias. E os estudos do cérebro até agora não corroboraram qualquer expectativa de que seja possível projetar os nossos próprios pensamentos na mente de outros ou captar o que está na cabeça alheia – definição clássica de telepatia. Pelo menos, não sem uma ajudinha substancial da tecnologia.

É a chamada “teclepatia”, como costuma ser definida por seus entusiastas. Estudos sérios têm mostrado o potencial dessa ideia. As pesquisas conduzidas pelo grupo do brasileiro Miguel Nicolelis, da Universidade Duke (EUA), mostram que dá para usar computadores para “decodificar” sinais cerebrais que indiquem movimento, fazendo com que macacos consigam movimentar braços robóticos com o cérebro como se fossem parte de seu corpo (leia mais sobre isso na reportagem sobre ciborgues).

E um dos resultados mais impressionantes foi capa do periódico científico Neuron, no fim do ano passado. Um grupo de pesquisadores japoneses usou imagens de ressonância magnética para, com base nelas, reconstruir com impressionante precisão imagens que estavam sendo vistas naquele momento por voluntários humanos. Já neste ano, pesquisadores da Universidade Vanderbilt, nos EUA, conseguiram ir além dos japoneses. Eles acharam uma maneira de ler uma imagem que uma pessoa havia visto, mas não estava mais observando no momento da leitura, por ressonância magnética. Em suma: a técnica permitiu identificar de que imagem a pessoa estava se lembrando naquele momento – com 80% de precisão (muito melhor do que qualquer experimento de telepatia de supostos paranormais).

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Memória decodificada

E os pesquisadores esperam melhorar ainda mais seus resultados. “Podemos coletar mais dados de imagens cerebrais, desenvolver métodos melhores para obtenção de imagens de alta resolução e tentar decodificar memórias de imagens muito diferentes entre si”, afirma Frank Tong, um dos autores do estudo americano. Ainda assim, ele destaca que uma leitura completa do que se passa na mente ainda está bem longe de acontecer. As imagens que detectaram estavam no córtex visual (região cerebral ligada à percepção consciente da visão), mas lembranças de eventos antigos, por exemplo, estariam codificadas de forma diferente no cérebro e não poderiam ser acessadas com a mesma facilidade de outras.

A “teclepatia” está num começo auspicioso, mas ainda é um caminho incerto e que talvez chegue apenas a um beco sem saída – assim como aconteceu com a ideia tradicional de telepatia “mística”.

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