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Como eram as guerras na Idade Média?

No período de glória dos cavaleiros medievais, muitos dos combates se transformavam em demorados cercos a castelos e fortalezas

Por Fabiano Onça
Atualizado em 22 fev 2024, 10h21 - Publicado em 25 out 2016, 17h27

Guerra na Idade Média

ILUSTRA Sattu e Luiz Iria

Troque um exército numeroso e disciplinado por um bando de camponeses mal-armados e pouco organizados. Seja bem-vindo à guerra na Idade Média! Durante os cerca de mil anos que durou o período, entre os séculos 5 e 15, a vida na Europa mudou muito em relação à Antiguidade. Sumiram os grandes impérios que conseguiam não só organizar poderosos exércitos – das falanges macedônicas às legiões romanas – como também manter um clima de maior segurança e tranquilidade em seus extensos territórios.

Sem os impérios – principalmente o romano –, a Europa se dividiu em pequenos pedaços de terra controlados por nobres, os chamados feudos. Isolados em suas terras, muitos desses reis, príncipes e duques passaram a jogar na retranca. Preocupados em se defender, construíam castelos e fortalezas capazes de resistir o máximo possível a uma tentativa de invasão. Isso mudou bastante a forma de combate. Apesar de batalhas campais continuarem existindo, a tática militar marcante da Idade Média passou a ser o cerco: um exército invasor posicionado em volta de um castelo e lutando por até vários meses para invadi-lo.

No comando dos dois lados – invasores e sitiados – sempre estavam cavaleiros medievais. Nobres com tempo para aprimorar suas habilidades com a espada e a lança – além de dinheiro para pagar pelas caras armaduras –, eles eram a tropa de elite do período.

Para um soldado camponês despreparado e mal-armado, não havia pesadelo pior do que encarar 200 desses cavaleiros blindados vindo em sua direção a toda velocidade!

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O CERCO A UMA FORTALEZA

Catapultas e até canhões primitivos eram usados para atacar o exército sitiado

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1. Catapultas
No ataque aos castelos, vários tipos de catapulta entravam em cena, mas o trebuchet era o que mais se destacava. Com um sistema de contrapeso, ele lançava rochas de até 150 quilos. Outra tática era arremessar bichos infectados com doenças para contaminar os inimigos

2. Canhão
No final da Idade Média, começaram a aparecer os canhões. O primeiro registro de uso em cercos europeus é do ano de 1325. A princípio, eles eram lentos para carregar e disparavam apenas dois ou três projéteis por dia, além de fazerem um fumacê daqueles!

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3. Torre de assalto
Escadas comuns e sofisticadas torres de assalto ajudavam a invadir o castelo por cima. A torre, que tinha rodas, era empurrada até a muralha. Por escadas internas, soldados subiam vários andares até chegar ao topo da muralha – ligada à torre por uma porta levadiça

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4. Aríete
O aríete servia para arrombar portões ou abrir brechas em trechos frágeis da muralha. Até dez homens de cada lado impulsionavam uma pesada tora, que podia ter a ponta de bronze. Uma cobertura protegia os soldados dos ataques vindos das muralhas

5. Pedras e óleo quente
A principal arma de defesa para um exército cercado era a própria fortaleza, claro. Mas também havia algumas táticas eficazes, como jogar pedras e óleo fervente – em geral feito de gordura animal – para atingir os invasores muralha abaixo

6. Seteira para arqueiros
Os arqueiros da fortaleza tinham seteiras para protegê-los. Do lado de fora da muralha, a seteira era uma estreita abertura, com não mais de 15 cm de largura. Mas por dentro ela se abria, permitindo ao arqueiro manejar o arco com espaço e bem protegido

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BATALHA SUBTERRÂNEA

Barris com água alertavam contra escavação inimiga

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Túnel de ataque
Durante um cerco longo, os invasores podiam tentar construir um túnel para invadir o castelo. Os especialistas nessa tarefa eram chamados de sapadores. Eles cavavam até a base das muralhas e enchiam o túnel com pólvora para explodir parte da fortaleza

Alarme antitúnel
Para detectar os túneis, os sitiados espalhavam barris com água em volta da muralha. É que a água tremia se escavações estivessem sendo feitas perto dos muros. Aí era hora de cavar um contratúnel e enfrentar os sapadores trocando espadadas embaixo da terra!

ARQUITETURA DEFENSIVA

Até o formato das escadas ajudava a conter invasores

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I. Três muralhas
Castelos grandes podiam ter três linhas de defesa. Caso a muralha externa fosse tomada, todos fugiam para dentro de uma muralha interna. Se essa também caísse, havia ainda uma cidadela, uma última fortificação que podia ser, por exemplo, uma torre

II. Fosso
Obstáculo considerável contra ataques, o fosso normalmente tinha ao menos 10 m de profundidade por 10 m de largura. Ele podia ser só uma vala, mas alguns defensores desviavam o curso de um rio para encher o fosso com água

III. Escada em caracol
A escada de uma torre era feita para que a subida fosse em sentido horário. Assim, invasores teriam dificuldade em usar a espada, pois a mão direita ficaria bloqueada pela parede – que por sua vez protegeria o tronco dos defensores no alto da torre

CONTRA-ATAQUE

Exército que fazia o cerco também podia ser surpreendido

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Carga a cavalo
Um cerco podia durar meses, e os invasores montavam acampamentos em volta do castelo. Às vezes, cavaleiros sitiados deixavam a fortaleza, atacavam os rivais de surpresa e retornavam rapidamente. Isso podia ser o suficiente para desmantelar um cerco

Acampamento
O acampamento parecia um camping selvagem, com os soldados dormindo em cima de feno – só a tenda dos comandantes tinha mesa e colchão para dormir. As áreas mais protegidas eram o estábulo dos cavalos e o local onde ficavam torres e trebuchets

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