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Como foi a construção de Brasília?

Como foi o processo de concepção, construção e inauguração da capital federal do Brasil

Por Roberto Navarro
Atualizado em 22 fev 2024, 11h04 - Publicado em 18 abr 2011, 18h53

As primeiras obras da cidade começaram em 1956, mas a ideia de estabelecer a capital do Brasil no interior do país nasceu ainda no século 18. Os inconfidentes mineiros, que lutavam por nossa independência de Portugal, queriam que a capital da república imaginada por eles fosse a cidade de São João del Rey (MG).

A proposta não foi adiante nem mesmo após a independência ter sido conquistada, em 1822, mas planos para levar o centro administrativo do país para o interior continuavam existindo. Por volta de 1839, o historiador Francisco Adolfo de Varnhagem reiniciou a luta pela transferência, propondo que uma nova capital fosse construída na região onde hoje fica a cidade de Planaltina (GO), bem perto de onde Brasília acabaria sendo construída mais de um século depois. Varnhagem era um intelectual importante na época e sua campanha deu resultado.

Na primeira Constituição da República, promulgada em 1891, foi incluído um artigo que dizia: “Fica pertencendo à União, no planalto central da República, uma zona de 14.400 quilômetros quadrados, que será oportunamente demarcada para nela estabelecer-se a futura capital federal”.

Obstáculos políticos, econômicos e logísticos retardaram o projeto por décadas, até que, em meados dos anos 50, quando iniciou sua campanha à presidência, Juscelino Kubitschek incluiu a construção da nova capital como prioridade no seu plano de governo.

Com Juscelino eleito presidente, a cidade finalmente deixaria de ser apenas um artigo da Constituição para se tornar uma realidade. “Além da arquitetura, que através dos projetos arrojados dos edifícios públicos deveria projetar as imagens do futuro da nação, a própria vida em Brasília deveria contribuir para a construção de uma imagem de modernidade”, afirma a socióloga Margarida Limena, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).

Em 21 de abril de 1960 uma festa na Praça dos Três Poderes marcou a inauguração oficial da nova capital. Mas, pelo menos no início, a imagem de modernidade que Brasília pretendia passar não funcionou. No dia seguinte à inauguração, o presidente do Senado, Filinto Müller, aprovou um recesso de 30 dias, alegando falta de condições de trabalho e de moradia na cidade que ainda era um canteiro de obras.

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Uma nova cidade em quatro anos

As primeiras obras começaram em 1956 e a inauguração oficial ocorreu em 19601.

1. Em 1955, uma comissão criada para escolher o local exato da nova capital indica o Sítio Castanho, uma área de mil quilômetros quadrados com bons recursos hídricos, topografia adequada e clima agradável. No ano seguinte, Juscelino assume a presidência.

Ele propõe que a cidade se chame Brasília e lança o concurso para a escolha do Plano Piloto, o projeto básico do desenho da capital. Ainda em 1956, começa uma das primeiras obras, o “Catetinho”, uma residência presidencial provisória.

2. São apresentados 41 projetos para o desenho da capital. Em março de 1957 o governo anuncia que o Plano Piloto de Lúcio Costa, um conceituado arquiteto e urbanista, fora o escolhido.

Apesar de a planta da cidade ser comparada a um avião, Lúcio Costa a enxergava de outra forma: “Ela nasceu do gesto de quem assinala um lugar ou dele toma posse: dois eixos cruzando-se em ângulo reto, ou seja, o sinal da cruz”.

O curioso é que algumas construções, como o aeroporto e o Palácio da Alvorada, foram iniciadas antes da escolha do Plano Piloto.

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3. No projeto de Lúcio Costa, o eixo norte-sul tem a função de tronco circulatório, com pistas de alta velocidade cruzadas por pistas laterais que distribuem o tráfego para os setores residenciais. Já no eixo monumental leste-oeste ficam concentrados os centros administrativos, os setores comercial, cultural e de diversões.

O arquiteto escolhido para projetar todos os edifícios públicos de Brasília é Oscar Niemeyer. Ele conhecia Juscelino desde 1940, quando este ainda era prefeito de Belo Horizonte e convidou Niemeyer para projetar o Conjunto da Pampulha.

4. Em meados de 1958, o ritmo de construção acelera. Trechos de ruas são asfaltados e começam as fundações de edifícios importantes, como o Congresso Nacional, que ficou pronto em 1959.

Sobre esse prédio, Niemeyer fez um comentário que resume a importância arquitetônica da nova capital: “Quando uma pessoa vai a Brasília, eu pergunto se viu o Congresso e se gostou, certo de que ela podia ter gostado ou não, mas nunca podia dizer que tinha visto antes coisa parecida”.

Em 21 de abril de 1960, a capital é inaugurada com uma festa na Praça dos Três Poderes.

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