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A princesa Anastásia escapou da Revolução Russa?

A filha do último czar russo teria sobrevivido ao massacre da família e se tornado uma ameaça aos soviéticos

Por Diego Bargas
Atualizado em 14 fev 2020, 17h39 - Publicado em 15 ago 2016, 18h18

ILUSTRA André Santos

EDIÇÃO Felipe van Deursen

(André Santos/Mundo Estranho)

FIM DO REINADO

Nicolau 2º foi o último czar da Rússia. Tido como despreparado, ele respondia com mão de ferro às constantes greves do país. A czarina Alexandra também era impopular e o único filho homem, Alexei, tinha saúde frágil. Sobrava para as filhas Olga, Maria, Tatiana e Anastásia fazerem a propaganda dos Romanov. Mas nem a popularidade delas resistiu à Revolução Russa, comandada pelos bolcheviques. Em 1917, com o país em convulsão social, o czar abdicou do trono

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PRESOS E MORTOS?

A família foi confinada em uma casa chamada Ipatiev, de cinco cômodos, com janelas lacradas e sem luxos, em Ecaterimburgo. Uma cerca de madeira afastava os curiosos. Em 20 de julho de 1918, os bolcheviques anunciaram que o czar havia sido morto, e que a família havia sido transferida para um lugar seguro. Ninguém sabia se era verdade, e surgiram os rumores de que todos haviam sido mortos

EXPLOSÃO DE SÓSIAS

Nos anos seguintes, outros parentes foram mortos. Mas a esperança de Anastásia estar viva gerava boatos na Europa. Maria Feodorovna, mãe de Nicolau 2º, exilada na Dinamarca, entrevistava mulheres que diziam ser sua neta grã-duquesa. Pelo menos sete supostas Anastásias surgiram em vários países. A mais recente foi Natalya Bilikhodze, de 95 anos, em 1995

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A FUGITIVA

Investigações sobre o paradeiro da família correram sem que o novo governo soubesse. Alguns guardas da casa confirmaram o massacre. Segundo eles, as filhas não morreram com os tiros que miravam o coração, pois as balas ricochetearam. Foi preciso matá-las com baionetas. Eles confessaram também que estavam bêbados naquela noite e descuidaram da vigilância dos corpos. Assim, Anastásia teria escapado

(André Santos/Mundo Estranho)

A MISTERIOSA ALEMÃ

A mais famosa “Anastásia” foi Anna Anderson. Ela vivia em Berlim e dizia ser a grã-duquesa, convencendo muitos políticos russos exilados. Anna correspondia à idade e ao tipo físico da princesa, e ficou notória porque chegou a reivindicar legalmente seu lugar na realeza russa. No entanto, o caso foi arquivado

PROVA FINAL?

Em 1979, arqueólogos amadores acharam ossadas na floresta Koptyaki, perto de Ecaterimburgo. Eles seguiam os relatos dos guardas da Ipatiev, que diziam ter enterrado a família em uma vala comum, em 17 de julho de 1918. Os ossos foram exumados em 1991, depois da queda da União Soviética (o país que surgiu no lugar da Rússia czarista, após a Revolução Russa). Os legistas confirmaram que as ossadas pertenciam aos Romanov. Mas faltava um corpo: o de Anastásia

CONTO DE FADAS MODERNO

Ao longo do século passado, essa teoria da conspiração gerou livros, peças e filmes, como o clássico de 1956, que rendeu Oscar de melhor atriz a Ingrid Bergman. Em 1967, a Globo fez uma novela com Leila Diniz no papel principal. Trinta anos depois, uma animação de sucesso da Fox acabou tornando os membros da família real em brinquedos disputados naquele Natal

DESTINO FINAL

Em 1998, os restos mortais da família foram enterrados na Catedral de Pedro e Paulo, em São Petersburgo, mesmo sem Anastásia. Eles foram canonizados em 2000 pela Igreja Ortodoxa Russa, e depois foram considerados vítimas da repressão política. Na floresta Koptyaki, os russos ergueram sete igrejinhas de madeira. Hoje, o local atrai turistas e peregrinos

(André Santos/Mundo Estranho)

Explicando a verdade

– Anna Anderson morreu em 1984, aos 88 anos, sem comprovar sua identidade. Anos depois, exames de DNA mostraram que ela era, na verdade, Franziska Schanzkowska, uma simples operária polonesa

– A maioria dos relatos dos guardas foi feita nos anos 1940 e 1950, no leito de morte. Acredita-se que russos e monarquistas se apegaram à hipótese de Anastásia estar viva para não colocar um ponto final na saga dos Romanov, que governaram o país por 300 anos

– As meninas realmente não morreram com os tiros, pois tinham pérolas, rubis e outras pedras preciosas costuradas às roupas de baixo, que serviram como uma espécie de colete à prova de balas

– Na cova onde encontraram os ossos, na verdade duas ossadas estavam faltando. Mas o que se espalhou foi a informação de que só um corpo havia sumido, provavelmente por causa da história de Anna Anderson

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– Em 2007, um grupo de escavadores encontrou mais ossos a poucos metros da cova onde os Romanov estavam. Em 2009, testes de DNA confirmaram: eram os dois Romanov que faltavam. Um era Alexei. A outra era Anastásia ou Maria. Como o exame dos ossos determina apenas o sexo e a idade aproximada, não dava para cravar de qual das duas se tratava. Ou seja, é possível que a ossada de Anastásia sempre estivesse lá, com sua família

CONSULTORIA Helen Rappaport, escritora e historiadora especializada em história russa

FONTES Livros As Irmãs Romanov e Os Últimos Dias dos Romanov, de Helen Rappaport, e Nicolau & Alexandra, de Robert K. Massie; sites ABC News, Plos One e Biography

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