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Como conter um vazamento de óleo no oceano?

Além de interromper o vazamento, é preciso evitar que o óleo se espalhe até regiões costeiras, para não detonar a vida marinha e as praias. No último dia 20 de abril, a explosão de uma plataforma de exploração da empresa BP (antiga British Petroleum) fez com que até 60 mil barris de óleo – o […]

Por Sofia Solves
Atualizado em 22 fev 2024, 11h31 - Publicado em 5 ago 2010, 16h31

Além de interromper o vazamento, é preciso evitar que o óleo se espalhe até regiões costeiras, para não detonar a vida marinha e as praias. No último dia 20 de abril, a explosão de uma plataforma de exploração da empresa BP (antiga British Petroleum) fez com que até 60 mil barris de óleo – o equivalente a 9,5 milhões de litros – fossem lançados diariamente nas águas do golfo do México. O vazamento rolou a cerca de 1 500 metros de profundidade e quase todas as medidas de contenção foram tentadas – os gastos para consertar o estrago chegaram à casa dos bilhões de dólares. “Para esses casos, a prevenção e a fiscalização são os melhores remédios”, afirma Divinomar Severino, do Instituto de Química da USP. “Análise e substituição preventiva de dutos e acompanhamento das condições físico-químicas da água são essenciais à manutenção dos equipamentos de exploração”, completa o pesquisador.

GOTA D’ÁGUA

A plataforma Deepwater Horizon estava a 83 km a sudeste da cidade americana de Venice, na Louisiana

20 DE ABRIL

Uma explosão deixa 17 operários da plataforma feridos e outros 11 desaparecidos

22 DE ABRIL

A plataforma afunda, detonando a tubulação que desce até o poço. O BOP, dispositivo de válvulas na saída do poço, falha em conter o vazamento

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23 DE ABRIL

Uma mancha de óleo se espalha por 30 km2 da superfície marinha – mais que o dobro da mancha do dia anterior

TAMANHO DA ENCRENCA

Segundo o governo dos EUA, no auge do desastre 60 mil barris de óleo vazavam diariamente. Isso equivale a uma pilha com cerca de 1,5 km e 1,7 mil andares – cada um com 36 barris

NA SUPERFÍCIE

Barreiras físicas, químicas e até fogo são usados para o óleo não se espalhar

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SEGURANDO A ONDA

Uma barreira flutuante de isopor ou de plástico barra o espalhamento da mancha. O óleo se acumula e facilita a retirada por aparelhos ou por uma barreira interna, absorvente. O mecanismo é preso a barcos ou piers

> Gente do mundo todo doou cabelo como enchimento para as barreiras de absorção

QUEIMANDO TUDO

Helicópteros e navios incendeiam o óleo a uma distância segura, delimitada por uma barreira antichamas. O fogo transforma componentes químicos do petróleo em CO2, água e calor, mas isso polui o ar, que ainda pode ser carregado pelos ventos até áreas povoadas

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SOLUÇÃO QUÍMICA

Milhões de litros de dispersantes são lançados para quebrar as moléculas de óleo. Assim, o petróleo é degradado por bactérias marinhas – a eficácia dos dispersantes na decomposição

depende da temperatura e da salinidade do mar. Moléculas de óleo, porém, seguem se espalhando

> Substâncias aglutinadoras são aplicadas perto das barreiras, fazendo a mancha encolher e se concentrar

PENEIRA MECÂNICA

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Navios preparados para sugar óleo da superfície armazenam milhões de barris. O petróleo é recolhido por aberturas no casco e separado da água antes de ir para refinarias. O “A Whale”, maior do mundo, falhou ao ser testado no golfo do México, já que não podia ancorar perto da costa

NAS PROFUNDEZAS

Aparelhos ligados a navios fazem até gambiarra para estancar vazamentos no fundo do mar

COBERTURA TOTAL

No golfo do México, uma cúpula metálica de 125 toneladas foi instalada sobre dois dos três pontos de vazamento – um deles já estava selado. A ideia era canalizar o óleo para um navio. A tubulação, porém, entupiu com cristais formados pela reação da água do mar com o gás natural que também vazava do poço

ALTA TECNOLOGIA

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A 1 500 metros de profundidade, a pressão submarina torna impossível o acesso de uma equipe técnica ao local do vazamento. Robôs controlados remotamente trabalham para interromper o fluxo de óleo, seja filmando as operações, seja cortando tubulações danificadas – levadas por guindaste até a superfície

SAINDO DA FRIA

Ao retirar a tubulação, uma pequena cúpula é instalada no BOP, levando o óleo até um navio. Para evitar que se formem cristais, injeta-se metanol, mantendo a saída do poço aquecida em relação ao fundo do mar. No golfo do México, o vazamento foi estancado com uma técnica parecida, segurando a pressão e tampando a saída do BOP

JOGO SUJO

Um fluido de alta densidade, parecido com lama, é injetado no BOP. O objetivo é reduzir a pressão e o fluxo de óleo para cimentar o ponto de vazamento. Além dos 30 mil barris de lama, bolas de golfe, pedaços de pneus e outros tipos de entulho foram injetados e, mesmo assim, não entupiram o sistema de válvulas

FONTES CNN, BBC, Scientific American, El País, The New York Times, Washington Post, Bloomberg, Businessweek, Forbes, British Petroleum, Exame, CNBC, US Environmental Protection Agency e Luiz Alexandre Garcia Aleixo, doutor em engenharia naval e oceânica pela USP e professor da Universidade São Judas CONSULTOR DE INFOGRAFIA Luiz Iria

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