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Como Jesus foi crucificado?

De um jeito bem doloroso, mas diferente do que a tradição diz

Por Tiago Jokura
Atualizado em 22 fev 2024, 11h36 - Publicado em 1 abr 2009, 19h04
(Tom Ventre/Mundo Estranho)

A morte de Jesus – lembrada pela Igreja na Sexta-Feira da Paixão – teve início bem antes de ele ser pregado na cruz. Primeiro, Jesus foi submetido a um açoitamento, apenas um dos vários castigos que o enfraqueceriam mortalmente. Preso a uma coluna, Jesus teria sido golpeado nas costas com o flagrum, um chicote com várias tiras de couro e com bolinhas de metal ou lascas de ossos nas pontas. Essas pontas penetravam e esfolavam a pele, causando grande hemorragia e atingindo até músculos e ossos. Citada na Bíblia, uma coroa de espinhos colocada em Jesus – provocação dos soldados romanos ao “Rei dos Judeus” – aumentaria a hemorragia.

Para ficar mais firme, ela poderia ter sido fixada a paulada, penetrando veias, artérias e nervos espalhados pela cabeça. Os historiadores que estudam a morte de Jesus acreditam que, ao carregar a cruz, ele tenha levado “só” o patibulum – a parte horizontal, com peso de até 27 kg. O mais provável é que ele tenha arrastado a peça. Se estivesse amarrado a ela, cairia de cara no chão num tombo.

De acordo com as crucificações da época, o mais comum seria Jesus ter sido pregado no patibulum por três soldados. Um ficava sentado sobre o peito do condenado para imobilizá-lo; outro segurava as pernas e o terceiro era responsável por pregar as mãos. Alguns historiadores defendem que Jesus foi pregado pelos pulsos, ao contrário do que indica a Bíblia. Mas o médico-legista americano Frederick Zugibe fez testes provando que daria para sustentar o peso do corpo com pregos fixados na palma das mãos.

A cruz dos romanos era um T, sem “ponta” no alto cruzando a parte horizontal. A base dela já ficava enterrada no chão. O encaixe do patibulum era feito com dois soldados erguendo suas pontas, enquanto o terceiro segurava o corpo da pessoa crucificada. A maneira como foram pregados os pés de Jesus também é polêmica. Zugibe defende que eles foram presos lado a lado, com os pregos cravados entre os ossos metatarsais e as solas encostadas na cruz. Isso teria sido muito mais prático para os soldados romanos. Em várias pinturas, Jesus tem os pés pregados sobre um apoio de madeira. Mas tais quadros só surgiram no século 9.

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Não há registros históricos do uso desse apoio. Jesus também morreu rápido demais para ter uma cruz com assento – que prolongava o sofrimento da vítima. Existem várias teorias sobre do coração perfurado a derradeira causa da morte. Segundo Zugibe, que pesquisa o assunto há mais de 30 anos, Jesus teria sofrido uma parada cardiorrespiratória, em função de choques causados por hemorragia, dores agonizantes e desidratação. A Bíblia diz que um soldado enfiou uma lança no peito de Jesus para confirmar sua morte. Do corte teria escorrido água e sangue. A água pode ter saído da pleura, membrana em volta do pulmão, que teria acumulado fluidos durante o açoitamento. O sangue viria do coração perfurado.

A imagem clássica da cruz – com ela não na forma de um T – teria surgido por causa de uma placa pregada no alto da estaca horizontal. Nela estava escrito, em hebraico, grego e latim, “Jesus de Nazaré, Rei dos Judeus” – ou INRI, na abreviação em latim.

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