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O que foi o cangaço?

Foi uma onda de banditismo, crime e violência que se alastrou por quase todo o sertão do Nordeste brasileiro entre o século 18 e meados do século 20

Por Roberto Navarro
Atualizado em 22 fev 2024, 11h23 - Publicado em 18 abr 2011, 18h35

Cangaço

Foi uma onda de banditismo, crime e violência que se alastrou por quase todo o sertão do Nordeste brasileiro entre o século 18 e meados do século 20. Para alguns especialistas, o cangaço teria nascido como uma forma de defesa dos sertanejos diante da ineficiência do governo em manter a ordem e aplicar a lei. Mas o fato é que os bandos de cangaceiros logo se transformaram em quadrilhas que aterrorizaram o sertão, pilhando, assassinando e estuprando.

Para combatê-los, o governo reagia com as “volantes”, grupos de policiais disfarçados de cangaceiros, que muitas vezes eram mais brutais que os próprios cangaceiros. O maior de todos os cangaceiros, Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, começou a atuar em 1920. Estima-se que sua gangue chegou a matar mais de mil pessoas. As primeiras mulheres juntaram-se ao cangaço a partir de 1930 – a pioneira foi Maria Bonita, companheira de Lampião.

O sucesso de seus ataques contra fazendas e vilarejos fez a polícia intensificar os esforços para enfrentá-los, usando armamentos que os cangaceiros jamais conseguiram comprar, como submetralhadoras. Em 1938, Lampião e Maria Bonita foram mortos por uma volante. Um dos sobreviventes, Corisco, tentou assumir o lugar do chefe, mas foi morto pela polícia em 1940, num ataque que encerra o cangaço.

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PCC do sertão Ataque a povoados rolava de repente e podia durar mais de um dia

DESEMBARQUE SURPRESA

Primeiro, um cangaceiro disfarçado visitava um povoado para checar a quantidade de policiais (em geral, poucos) e avaliar sua capacidade de resistência (em geral, nenhuma). Acertada a invasão, o bando chegava de súbito, sem muita tática e com alarde para causar pânico geral

CHAME O LADRÃO

Nos vilarejos do sertão, a força policial costumava resumir-se a um punhado de homens, com armas antiquadas e pouca munição. Inferiorizados numericamente por um bando de cangaceiros armados com rifles poderosos, só restava aos policiais fugir

BOB ESPONJAS

O estoque de bebidas alcoólicas do armazém local era confiscado pelos cangaceiros, que promoviam enormes bebedeiras. Eles também aproveitavam para reabastecer de cachaça seus cantis e fazer reservas para consumir durante suas andanças pelo sertão

DEDOS LEVES

Sem a resistência policial, cangaceiros dedicavam-se a saquear o vilarejo, roubando tudo o que tivesse algum valor e pudesse ser carregado. Mas costumavam respeitar bens, jóias e dinheiro pertencentes à igreja local, evitando agredir padres e sacristãos

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CORDA NO PESCOÇO

Antes de sair dos povoados, os cangaceiros podiam enforcar autoridades ou suspeitos de colaborar com a polícia. Antes de partir, os bandidos advertiam a população de que qualquer ajuda ao governo seria punida com a morte na invasão seguinte

COVARDIA SEXUAL

As mulheres do vilarejo, em especial as mais jovens, estavam sujeitas a abusos sexuais e estupros. Mas alguns chefes de bandos faziam questão de manter o respeito às mulheres da vila capturada, chegando a punir cangaceiros que praticassem violências contra elas

O cangaceiro Kit básico incluía rifle, cantil, roupas contra o sol – e uma pinguinha, huihui

CHAPÉU

De couro ou feltro grosso, com abas largas dobradas

CARTUCHEIRAS

Eram até 18 quilos de munição

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ARMAS

A principal era o rifle Winchester 44

CAPANGA

Uma bolsa com remédios, fumo e brilhantina

LENÇO

Protegia boca e nariz contra a poeira

ROUPA

Resistente, tinha mangas compridas contra o sol

CANTIL

Um tinha água, recolhida da chuva. O outro, pinga

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