O “rock tecnológico”, ou techno-rock, como era chamado, nasceu no início dos anos 70, com grupos alemães como o Kraftwerk, cujo trabalho tornou-se a principal influência da parceria David Bowie e Brian Eno nos álbuns Low (1977) e Heroes (78). Esses discos e a obra de seus inspiradores geraram o techno-pop da geração new wave, marcada por grupos ingleses como Human League, Soft Cell e Depeche Mode. Na mesma virada de década, o americano Afrika Bambaataa casou o som do Kraftwerk com o funk, criando o electro.
Seguindo essa onda, nasceu, na primeira metade dos anos 80, o gênero dominante até hoje: o techno. Foi na cidade de Detroit que surgiram as bases enxutas de ritmo e baixo pré-programadas em seqüenciadores baratos que definiram o novo som. Na mesma época, nasciam dois estilos fundamentais: house e garage. O primeiro vinha de Chicago, combinando mantras rítmicos do techno com canções à moda soul e disco. Logo surgiu a variante acid house, em 1988, quando a cultura rave e o culto aos DJs tomaram conta do cenário pop. Já o garage, de Nova York, fundia techno, disco e soul com mais peso e crueza.
Toda essa dance music eletrônica dominaria os anos 90 com o nome genérico de techno, subdividido em dezenas de estilos que só os iniciados conseguem distinguir. Os mais importantes são o drumnbass (inicialmente chamado jungle) da Inglaterra, o trance alemão e o trip hop, também inglês. O primeiro se caracteriza por ritmos loucamente quebrados, enquanto os outros dois fazem o clima “viajandão” – o trance com batidas mais aceleradas e o trip hop com levadas mais lentas.
* José Augusto Lemos é jornalista, ex-diretor de redação da revista Bizz