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Qual a diferença entre um carro de corrida e um carro normal?

Por Fernando Badô
Atualizado em 22 fev 2024, 11h11 - Publicado em 18 abr 2011, 18h50
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Qual a diferença entre um carro de corrida e um carro normal?

Glauber Alves Pereira,

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Campos Sales, CE

A grande diferença está no conceito de construção de cada um deles. Quando vão projetar um automóvel de passeio, os engenheiros se preocupam, por exemplo, com o conforto do motorista. Já as equipes de corrida não estão nem aí com isso. Ou você imagina o supercampeão da Fórmula 1 Michael Schumacher pedindo para a Ferrari deixar o carro um pouco mais lento, pois a trepidação o está incomodando? Para os engenheiros que projetam automóveis de passeio, não só o conforto, mas também a durabilidade, a segurança e até o preço que custará o carango são coisas fundamentais. “Na F-1, nada disso tem importância. Em competição, a palavra de ordem é desempenho”, diz o engenheiro Ricardo Bock, coordenador do curso de engenharia mecânica automobilística da Faculdade de Engenharia Industrial (FEI). O resultado é que o sonho de dirigir uma Ferrari por aí a 300 km/h pode se transformar em pesadelo para os simples mortais acostumados aos carros macios que rodam pelas ruas. Dirigir um F-1 não é nada agradável e, após 15 minutos, é provável que o novato no assunto tenha a sensação de ter levado uma verdadeira surra… Além da questão do conforto, outra grande diferença conceitual é em relação à durabilidade. Não é absurdo afirmar que as peças de um F-1, mesmo aquelas que custam milhares de dólares, são descartáveis. Motor, freio, suspensão, pneus e outras partes trabalham sempre no limite da resistência e sofrem um desgaste excessivo. Após algumas dezenas de voltas nas pistas, tudo é substituído por componentes zero-quilômetro. Como nenhum motorista ficaria feliz em comprar novas pastilhas de freio a cada três semanas, abrir mão do desempenho máximo em troca de maior durabilidade parece um bom negócio.

Mergulhe nessa

Na Internet:

https://www.f1technical.net

www2.uol.com.br/bestcars

Disputa nem tão desigual Veículos de passeio levam vantagem no coeficiente aerodinâmico

“SOLADO” SOB MEDIDA

Os pneus de um F-1 são feitos para aderir ao máximo ao asfalto. A área de contato com a pista é maior, já que eles só têm três sulcos, e a borracha literalmente penetra nos poros do asfalto. Mas isso desgasta demais os pneus, tornando-os inúteis em cerca de 100 quilômetros. Os pneus dos carros de passeio não aderem tanto, o que prejudica o desempenho, principalmente nas curvas. Mas, por outro lado, duram, em média, 40 mil quilômetros!

RASGANDO O AR

O coeficiente de aerodinâmica (Cx) indica como o ar passa pelo carro. Quanto menor o Cx, melhor. Parece incrível, mas o de um F-1 (1,8) é pior que o de uma Kombi (0,42) — basicamente porque tem as rodas expostas. O que faz a diferença nas pistas é a eficiência aerodinâmica, obtida pela multiplicação do Cx pela área frontal do carro — bem menor no F-1. Além disso, a maior downforce (força que o carro gera em direção ao solo) também faz o projeto aerodinâmico do F-1 ser superior

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TÁ NA MÃO

Como não precisa manobrar, o volante do F-1 não esterça tanto. Nas pistas, o importante é a resposta rápida aos comandos. Assim, com um quarto de volta no volante o piloto consegue guinar o F-1 a um ângulo parecido ao que um motorista só atinge ao virar o volante quase 180º. Outra diferença é o tamanho. No minúsculo cockpit de um F-1, o volante tem só 19 centímetros de diâmetro, em média, contra cerca de 40 centímetros do de um carro popular

IMPACTO PROFUNDO

A suspensão dos carros de passeio fica sobre as rodas do veículo. Ela reduz a trepidação que, sem o equipamento, atingiria a freqüência de 40 hertz, algo fisicamente insuportável após algumas horas dirigindo. Com as molas e os amortecedores, o motorista só recebe uma freqüência de 1,3 hertz. Já a suspensão de um F-1 é montada no próprio chassi e o piloto recebe o impacto total enquanto está na pista

SEGURA, PEÃO!

Para segurar a potência do motor, os freios de um F-1 produzem uma força equivalente a três gravidades (quase 30 m/s2) contrária à velocidade do carro. Se estiver a 150 km/h, ele consegue parar totalmente depois de cerca de 30 metros. Um carro de passeio andando na mesma velocidade precisaria percorrer um espaço três vezes maior, aproximadamente 90 metros, até parar

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EU BEBO, SIM

Em relação ao consumo, vitória folgada do carro comum, que pode andar cerca de 100 quilômetros com só 10 litros de gasolina — e isso se for dos menos econômicos. Você desistiria de ter um F-1 na primeira vez que fosse reabastecê-lo. Para andar os mesmos 100 quilômetros, o bólido precisaria de 100 litros de combustível! Esse alto consumo ocorre para gerar a energia térmica capaz de produzir as altíssimas rotações do motor

CAVALARIA EM AÇÃO

É no motor que as diferenças são mais gritantes. O de um F-1 tem 1 000 cavalos de potência (HP), gerados por 20 000 rotações por minuto (rpm). Num carro de passeio a rotação não passa das 6 000 rpm, gerando, quando muito, 150 HP de potência. Assim, se os dois largassem ao mesmo tempo, em 10 segundos um F-1 percorreria 700 metros, contra pouco menos de 400 metros de um carro comum

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