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Seis casos famosos de lavagem cerebral

Comunistas chineses e líderes de seitas radicais usaram e abusaram da lavagem

Por Carolina Canossa
Atualizado em 22 fev 2024, 10h23 - Publicado em 21 jul 2016, 13h40

ILUSTRA Cezar Berje

Imagine perder o controle de seus pensamentos e virar uma espécie de robô que age da forma desejada por um político, um religioso ou uma empresa. Esqueça, porém, a imagem de alguém alterando seu cérebro com choques, cirurgias ou pílulas. Não há fórmula mágica na lavagem cerebral. “Trata-se de uma aplicação de técnicas psicológicas comuns, mas em um nível muito extremo e coercitivo”, diz Kathleen Taylor, pesquisadora da Universidade de Oxford, no Reino Unido, e autora de Brainwashing – The Science of Thought Control (“Lavagem cerebral, a ciência do controle do pensamento”, sem edição no Brasil). O conceito de lavagem cerebral remete a um termo do mandarim, “hsi-nao“, usado na meditação para definir a limpeza da mente ou do coração. Ele surgiu nos anos 1950, quando o jornalista norte-americano Edward Hunter buscava uma explicação para a súbita mudança de comportamento de soldados de seu país. Eles haviam sido reféns de chineses e norte-coreanos na Guerra da Coreia e, ao voltarem aos EUA, tornaram-se comunistas ferrenhos.

LEIA A REPORTAGEM “CÉREBROS DOMADOS”

– Como funciona a lavagem cerebral forçada

– Como funciona a lavagem cerebral de grupos

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– Como funciona a lavagem cerebral soft

– Saiba como a lavagem cerebral funciona e como não ser uma vítima

Casos famosos

Comunistas chineses e líderes de seitas radicais usaram e abusaram da lavagem

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PATRICINHA MARXISTA

Patty Hearst, herdeira de uma família rica dos EUA, foi sequestrada em 1974 pelo grupo de esquerda Exército Simbionês de Libertação. Ela reapareceu dois meses depois, assaltando um banco ao lado de seus algozes. Em 1975, ao ser presa, Hearst defendia os valores da organização, como o fim da monogamia. A defesa alegou lavagem cerebral, mas ela foi condenada. Em 2001, recebeu perdão do Estado

FÉ QUEBRADA

O padre italiano Francis Luca foi preso pelos comunistas na China. Ele foi torturado e submetido a intensa pressão psicológica até ceder e fazer as confissões desejadas, como atividades ilegais e “pensamentos errados”. Luca passou a criticar o catolicismo e disse ter ligações com o presidente dos EUA Harry Truman, fato jamais provado. Durante o tempo preso, ajudou seus captores a obter confissões de outros prisioneiros. Ao ser solto, não voltou a ser padre

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FÉRIAS NA PRISÃO

Outro ex-prisioneiro do governo chinês, o jesuíta francês Simon (o sobrenome é desconhecido) sofreu brutalidades, segundo seus companheiros de prisão. Ainda assim, em entrevista ao pesquisador delavagem cerebral norte-americano Robert Lifton, descreveu o período como “um dos melhores da vida” e negou ter sido agredido. Manteve-se católico, mas passou a ser muito crítico aos colegas de religião e a defender abertamente o comunismo

UTOPIA JAMAICANA

Lee Boyd Malvo, imigrante jamaicano nos EUA, participou de uma série de ataques a tiros que mataram dez pessoas na região de Washington, em 2002. No julgamento, alegou ter sofrido lavagem cerebral de John Allen Muhammad, o homem que o levou ao país dizendo que eles ganhariam dinheiro chantageando o governo. Com a grana, iniciariam uma comunidade utópica de jovens negros. Hoje, Malvo cumpre prisão perpétua, enquanto seu mentor foi executado em 2009

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A TURMA DO CHARLES

De infância turbulenta, com passagens por reformatórios e prisões, Charles Manson reuniu ao redor de si uma seita, formada majoritariamente de jovens mulheres. A “família” pregava o sexo livre e o ódio ao capitalismo. Em 1969, seus seguidores mataram sete pessoas na região de Los Angeles, incluindo a atriz Sharon Tate, grávida de oito meses. Manson alegou não ter participação nos casos, pois sequer estava nas cenas dos crimes, mas o júri considerou que ele influenciou fortemente os assassinos. Hoje, cumpre prisão perpétua

MASSACRE AMAZÔNICO

Jonestown era uma comunidade na Guiana criada pelo reverendo norte-americano Jim Jones. Nesse “paraíso na Terra” à margem da lei, ele pregava sobre o fim do mundo. Em 1978, quando surgiram denúncias de tortura, uma comissão formada pelo Congresso dos EUA foi à Guiana investigar. Houve troca de tiros com o braço armado da seita e Jones promoveu um suicídio coletivo, envenenando centenas de seguidores. No total, 918 pessoas morreram

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CONSULTORIA Kathleen Taylor, psicóloga e especialista em neurociência da Universidade de Oxford (Reino Unido)

FONTES Livros Brainwashing, de Kathleen Taylor, Dark Psychology 101, de Michael Pace, Banned Mind Control Techniques Unleashed, de Daniel Smith, Thought Reform and the Psychology of Totalism, de Robert Lifton, e The Search of Manchurian Candidate, de John D. Marks

 

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