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Como se forma o cocô?

Por Rodrigo Ratier
Atualizado em 22 fev 2024, 11h18 - Publicado em 18 abr 2011, 18h47
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O almoço de hoje vai ser o cocô de daqui a dois ou três dias. Da boca ao fiofó, a comida fica até 72 horas no nosso corpo, passando por duas transformações básicas. A primeira é mecânica: dentes na boca e músculos no estômago vão triturando os pedaços de alimentos até os deixar superpequenos. Só para dar uma idéia, o tamanho dos micropedaços de comida que saem do estômago têm o diâmetro de um fio de cabelo. A outra transformação é química: órgãos como o estômago, o fígado e o pâncreas lançam substâncias para digerir os açúcares, gorduras e proteínas que compõem os alimentos. Depois dessa quebra, o intestino consegue absorver os nutrientes necessários para o nosso metabolismo, jogando tudo o que interessa para o organismo na corrente sanguínea. O que sobra dessa farra digestiva vai formar a fedorenta substância semi-sólida que a gente carimba na porcelana. Se examinarmos um pedacinho de cocô debaixo de um microscópio, vamos encontrar bactérias da flora intestinal, água e substâncias que o organismo não consegue absorver, como as fibras vegetais. Justamente por não serem digeridas, as fibras têm uma importante função na formação das fezes. “Elas fazem os dejetos passar mais rápido pelo sistema digestivo, perdendo menos água na absorção intestinal. Quem tem dieta pobre em fibras está mais sujeito a sofrer de constipação, o cocô duro”, afirma a gastroenterologista Luciana Camacho-Lobato, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Para não ter problemas no trono, o ideal é consumir entre 25 e 35 gramas de fibras por dia. Você pode conseguir essa quantidade se comer, por exemplo, meia xícara de cereal matinal rico em fibras, cinco tomates e mais seis cenouras cozidas ao longo do dia.

Mãos à obra! Essa fantástica fábrica demora até 72 horas para fazer as fezes

1. O cocô nasce na hora do rango, já que a digestão começa pela boca. Aqui, os dentes trituram tudo em pedaços, a saliva lubrifica a comida para facilitar a descida e libera uma enzima para quebrar os açúcares dos alimentos. E a gente engole tudo

2. O bolo alimentar desce pela faringe, o mesmo tubo da respiração. Para evitar que o rango siga o caminho errado, o cérebro manda uma ordem para fechar a epiglote, uma válvula que trava a laringe (respiração) e libera a passagem para o tubo digestivo (digestão). A travessia até o estômago dura cinco segundos

3. No estômago, os músculos se contraem para quebrar ainda mais o bolo alimentar. Depois, a comida recebe um banho de suco gástrico (um líquido com ácidos que dissolvem as células dos alimentos) e enzimas que ajudam a digerir proteínas

4. Depois de duas horas no estômago, a comida chega ao intestino delgado. Nessa tripona de 6 metros, o alimento recebe outras “chuveiradas químicas” de secreções do pâncreas e do fígado, que contêm enzimas para digerir gorduras, açúcares e proteínas

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5. Aqui, a parte da comida que serve para o organismo já está pequena e digerida. As partículas de alimento atravessam a parede intestinal e são absorvidas por milhões de vasinhos sanguíneos ligados ao órgão. De lá, as partículas caem na circulação e levam nutrientes para o corpo

6. Os restos de comida que chegam ao intestino grosso vão virar cocô. Aqui, elas perdem água: se as fezes entrarem no órgão com 1,5 litro de líquido, por exemplo, sairão só com 150 mililitros. O cocô, que era mole, já está mais duro e pronto para ser armazenado pelo reto

7. Quando a quantidade de fezes chega a 30 gramas, o cérebro faz com que o esfíncter interno (uma válvula no fim do reto) se abra e deixe o cocô descer. A gente não controla o esfíncter interno, mas mandamos no externo, que fica logo embaixo. Por isso, conseguimos segurar a vontade de fazer cocô até achar uma privada

Mar de m*$#@ Eliminamos cerca de 150 gramas de cocô por dia. Olha só o que tem nele

ÁGUA

Principal ingrediente das fezes. Corresponde a 75% de seu volume

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BACTÉRIAS

Fermentam os restos alimentares, produzindo gases que dão o cheiro ruim ao cocô. Cada grama de cocô tem entre 1 trilhão e 10 trilhões de bactérias!

MATERIAIS NÃO DIGERIDOS

Incluem fibras, celulose, sal, muco intestinal, alimentos que o aparelho digestivo não consegue quebrar, como caroços de uva, e grãos não mastigados, como os de milho

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