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Como seria um apocalipse zumbi no Brasil? Parte 4: População

A ME conversou com especialistas para tentar imaginar, da maneira mais realista possível, como nosso país reagiria a um levante dos mortos-vivos

Por José Eduardo Coutelle
Atualizado em 22 fev 2024, 10h19 - Publicado em 3 dez 2016, 11h12
zumbis-8
(Rainer Petter)

ILUSTRA Rainer Petter

 

ESSA É A QUARTA PARTE DA MATÉRIA DE CAPA APOCALIPSE ZUMBI NO BRASIL. CONFIRA AS OUTRAS:
– Parte 1: Saúde
– Parte 2: Política
– Parte 3: Militares
Parte 5: Fuga e Reconstrução

 

22. Pobres pobres

Para variar, a corda arrebentaria para o lado mais fraco. O Brasil tem um déficit habitacional de 8,8% – ou seja, 6,1 milhões de famílas moram em casas improvisadas. Sem a devida proteção, seriam as primeiras atacadas pelas hordas canibais. Além disso, a epidemia se alastraria ainda mais rápido em favelas e cortiços, que têm alta densidade de ocupação.

 

23. Alto escalão

Já os outros 8,8% de brasileiros que vivem em apartamentos teriam mais sorte – essas residências oferecem mais proteção, especialmente nos andares elevados. Seria um dos trunfos de Vitória (ES): lá, 38,4% moram em prédios. As outras capitais mais verticalizadas são Porto Alegre (37,7%), Rio de Janeiro (32,6%) e Florianópolis (31,3%).

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24. Meu lar, meu castelo

O brasileiro já vive com medo constante – em 2014, registramos 59.627 homicídios, um recorde histórico. Isso criou uma “cultura de fortificação”, muito útil num cenário apocalíptico. Seja em apartamento, seja em casa, já vivemos escondidos atrás de muros altos, janelas com grades e portas com trancas. Algo impensável nos vulneráveis subúrbios norte-americanos.

 

25. Sangue na pista

Alguma hora, a comida na sua casa acabaria. Você teria que fugir. Mas deixe o carro na garagem. Temos uma frota de 50,5 milhões de automóveis para só 100 mil quilômetros de rodovias, 25% deles considerados ruins ou péssimos. Resultado: os enormes congestionamentos virariam um “bufê” para os monstros. Os 20,5 milhões de motos se dariam melhor… até o combustível acabar. (Ainda bm que temos 70 milhões de bikes: elas andam em qualquer pavimento, não usam combustível e passam por lugares estreitos).

 

26. Passa por cima!

Como sempre, os ricaços teriam vantagem: poderiam tentar fugir em seus jatinhos e helicópteros. O Brasil tem uma das maiores frotas particulares do mundo, com mais de 10 mil aeronaves e 1.900 aeródromos privados. Para os pobres mortais (literalmente), o transporte público seria o caos: nem aeroportos nem rodoviárias conseguiriam conter o fluxo de passageiros.

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27. Preguiça de correr

Pense bem: você prefere correr na esteira hoje ou de um morto-vivo amanhã? O sobrepeso, problema que já aflige 52,5% dos brasileiros, pode ser uma sentença de morte quando as ruas estiverem infestadas. Atualmente, só 28,5% da população faz atividade física regularmente. Desses, 10% praticam alguma forma de luta, o que seria bem útil num cenário à la The Walking Dead.

 

28. Fé no futuro

Em um primeiro momento, defensores dos direitos humanos proporiam o isolamento dos infectados até encontrarem a cura. Quando houvesse consenso ou base legal para a execução das criaturas, o problema seria com uma nova medida sanitária: o forte componente religioso na nossa cultura poderia causar resistência à cremação (em vez do sepultamento) dos abatidos.

 

+ Confira a última parte desta matéria

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CONSULTORIA Rodrigo Stumpf Gonzalez, professor do Departamento de Ciência Política da UFRGS

FONTES Artigos A Crise e a Saúde Pública, de José Luiz Spigolon, As Medidas de Quarentena Humana na Saúde Pública: Aspectos Bioéticos, de Iris Almeida dos Santos e Wanderson Flor do Nascimento, You Can Run, You Can Hide: The Epidemiology and Statistical Mechanics of Zombies, de Alexander Alemi, Matthew Bierbaum, Christopher Myers e James Sethna; livros Guerra Mundial Z: Uma História Oral da Guerra dos Zumbis e O Guia de Sobrevivência a Zumbis, ambos de Max Brooks; documentários The Truth Behind Zombies, do National Geographic, e Zombies: A Living History, do History Channel; relatórios Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílio 2012 e Atlas da Violência 2016, ambos do Ipea, Execução Orçamentária, do Ministério da Defesa, Small Arms Holdings in Brazil: Toward a Comprehensive Mapping of Guns and Their Owners, de Pablo Dreyfus e Marcelo de Sousa Nascimento; sites IBGE, CNT, Denatran, Conselho Federal de Medicina, Abraciclo, Centers of Disease Control, Military Power, Global Firepower, Zombie Research Society e Defesa Net

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