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Debate: É aceitável outras culturas comerem carne de cães e gatos?

Essas iguarias são tradicionais nos países orientais. No Brasil, não há uma regulamentação específica sobre o consumo, mas há quem diga que é crime ambiental

Por Carolina Canossa
Atualizado em 22 fev 2024, 10h27 - Publicado em 8 abr 2016, 12h37
carne de cachorro

Essas iguarias são tradicionais nos países orientais. No Brasil, não existe uma regulamentação específica sobre o consumo, mas há quem diga que é crime ambiental. Você teria coragem de experimentar?Confira argumentos a favor e contra

Sim

– É uma questão cultural e que existe há séculos em várias partes do mundo. Na cidade chinesa de Guangxi, comer carne de cachorro é uma tradição. “E chega a ser uma imposição quando os ocidentais dizem o que os asiáticos, por exemplo, devem comer ou não”, explica o historiador Renato Brancaglione

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– A carne de cachorro é consumida em países como China, Gana, Filipinas, Coreia do Sul, Vietnã e até na Suíça. No passado, povos como os romanos, os índios dakota e os astecas se alimentavam de cachorro. Até Hipócrates, o pai da medicina, falou bem da carne de cachorro, dizendo que ela é fortalecedora

– Assim como outras carnes consumidas pelo mundo, a carne do cão e do gato é rica em proteína, essencial na dieta humana. Após a Guerra da Coreia, entre 1950 e 1953, houve falta de comida e os cães viraram um recurso valioso para não morrer de fome. Além disso, partes processadas de cachorros e gatos eutanizados já são utilizadas como ração animal

– Segundo estimativas da ONU, em 2050 a população mundial vai passar dos 9 bilhões e as carnes disponíveis para alimentação, principalmente as bovinas e as suínas, ficarão cada vez mais escassas e caras. O consumo de cães e gatos criados para isso ajudaria a expandir a oferta de comida no mercado

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Não

– Ser tradicional não é igual a ser certo. No Ocidente, é comum que cães e gatos sejam vistos como bichos para companhia. Criar uma indústria alimentícia baseada no abate desses animais seria um enorme choque cultural. Além disso, religiões como o islamismo e o judaísmo condenam a prática

– A venda é proibida na Coreia do Sul – o que falta é fiscalização. No Brasil, apesar de não existir uma proibição, um grupo de pessoas foi indiciado, em 2009, por crimes contra a relação de consumo e contra o meio ambiente, além de formação de quadrilha, por matarem cães e gatos para vender a carne

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– Apesar de ter proteína, a carne de cachorro também é rica em gordura. Além disso, a falta de legislação facilita que sejam consumidos animais impróprios, sem vacinação, capazes de transmitir raiva e até cólera a quem come. Outros benefícios atribuídos a esse tipo de carne, como aumento da libido, não têm fundamento científico

– A domesticação de cachorros e gatos já ocorre há milhares de anos. E esses animais são criados como se fossem parte da família. Matá-los e comê-los não só seria um ato de crueldade mas também contraria o artigo 32 da Lei de crimes ambientais, que proíbe ferir, abusar e maltratar os animais domésticos

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CONSULTORIA Perla Poltronieri, presidente da ONG Catland, e Renato Brancaglione, historiador

FONTES Livro They Eat That?, de Jonathan Deutsch e Natalya Murakhver, Eating Animals, de Jonathan Safran Foer, e sites CNN, UOL, The Wall Street Journal, Slate, EFE, The Guardian e Examiner

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