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O que é uma tromba-d’água?

Por Redação Mundo Estranho
Atualizado em 22 fev 2024, 11h07 - Publicado em 18 abr 2011, 18h51
Tromba_marina_Estrecho_de_Gibraltar_1

Eis aí uma expressão que costuma provocar uma tremenda bagunça conceitual. Vamos explicar: no sentido popular, tromba-d’água indica uma chuvarada forte e restrita a uma determinada região. “Mas, para os cientistas, essa definição é errada. Na verdade, tromba- d’água é um tornado que se forma sobre uma superfície líquida, captura umidade e vai andando rumo ao continente”, afirma o meteorologista Marcelo Seluchi, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em São José dos Campos (SP). A maioria das trombas- d’água surge a partir de nuvens de tempestade em cima do mar, mas o fenômeno também aparece nos caudalosos rios amazônicos e nos Grandes Lagos da América do Norte. “No Brasil, as trombas-d’água não são muito comuns. No mundo, elas aparecem com freqüência no litoral da Flórida, nos Estados Unidos, onde as condições climáticas favorecem a formação de tornados oceânicos durante o ano todo”, diz outro meteorologista, Wando Celso Maugeri Amorim, da Universidade de São Paulo (USP).

Apesar da aparência assustadora, o turbilhão úmido geralmente não causa grande destruição. Em comparação com os tornados formados no continente, cujas rajadas ultrapassam 200 km/h, as trombas-d’água são mais amenas, pois seus sopros chegam no máximo a 80 km/h. Isso acontece porque a formação da espiral de ventos depende do aquecimento da superfície. “Como o mar se aquece muito menos que a terra firme, as correntes de ar quente que ajudam a formar os tornados oceânicos são bem menos intensas”, diz a meteorologista Maria Assunção da Silva Dias, também da USP. O grande problema é quando aparecem várias trombas-d’água na mesma região – ou quando uma área é afetada pela espiral e também pelas chuvas torrenciais da nuvem que a originou. Aí, sim, podem ocorrer enchentes destruidoras.

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Na livraria:

Tempo & Clima

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Patricia Daniels, Abril Livros, 1995

Na internet:

https://www.crh.noaa.gov/apx/science/spouts/waterspouts.htm

Espiral viajante Fenômeno nasce no mar e caminha em direção ao litoral

1. Em geral, uma tromba-d’água surge a partir de enormes nuvens de tempestade, que podem ter mais de 12 quilômetros de altura e 10 quilômetros de diâmetro. Para que o fenômeno aconteça, correntes de ar quente devem carregar bastante umidade para camadas mais altas da atmosfera

2. Em estações de clima ameno — sobretudo na primavera — as correntes de ar quente e úmido que sobem do mar se chocam com o ar frio e seco das camadas elevadas. Dentro da nuvem, o contato entre as correntes faz surgir uma espiral de ventos. Dependendo da força das correntes, a espiral aumenta de tamanho

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3. Quando a intensidade das correntes é grande, o turbilhão de ventos se expande e atinge a superfície do mar, soprando gotículas de água para dentro da espiral. Impulsionado pelas rajadas da baixa atmosfera, o tornado oceânico molhado — com até 1 quilômetro de altura e 100 metros de diâmetro — avança rumo ao continente

4. Os efeitos mais perigosos das trombas-d’água ocorrem quando a espiral se desloca pelo mar. Ventos superiores a 60 km/h podem surpreender pequenas embarcações, virando canoas e barcos a remo. Mas, como o turbilhão avança a pouco mais de 20 km/h, navios com motor conseguem desviar facilmente da rota da tempestade]

5. Quando chega ao continente, a tromba-d’água entra em contato com as construções do litoral, provocando uma chuva rápida e intensa. A tempestade não costuma causar inundações, porque os pingos caem ao longo de toda a trajetória da espiral, e não em uma única área. Os ventos também não são tão fortes: no máximo, podem derrubar galhos de árvores e destelhar casas

6. Depois do atrito com a terra firme e com as construções da orla, a maioria das gotículas de água já caiu no continente. Os ventos também perdem força e a tromba-d’água começa a se dissipar. Todo o processo é bem rápido: a maioria dos tornados oceânicos não costuma durar mais que 20 minutos

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