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28 mentiras que o cinema conta (e a ciência desmente)

Que o homem não pode voar, como em Superman, você já sabe. Mas há muitos filmes com cenas corriqueiras que parecem realistas, porém não são. Conversamos com cientistas e experts para explicar por que atravessar uma vidraça sem se cortar ou não ser atingido num tiroteio só rola mesmo na telona.

Por Diogo Antonio Rodriguez
Atualizado em 20 out 2020, 15h01 - Publicado em 1 dez 2015, 15h58
(20th Century Studios/Reprodução)

1) É possível sair andando numa boa na frente de uma explosão

EXEMPLOS Django Livre e X-Men Origens: Wolverine

É só um recurso bobo para deixar o herói com jeito de durão. Na vida real, grandes bolas de fogo emitem a chamada “onda de choque”: o ar é deslocado com grande pressão e enorme velocidade, a mais de 1.000 km/h, derrubando tudo o que estiver na frente. Aliás, não é a explosão em si que causa as devastações, e sim a tal onda de choque.

2) Carros explodem assim que sofrem uma colisão

EXEMPLOS Velozes e Furiosos: Desafio em Tóquio e Anjos da Lei

Para que isso role, são necessários três elementos: faíscas, oxigênio e gasolina em estado gasoso. Este último é o mais complicado de conseguir, porque nem sempre a batida rompe o tanque. Se romper, o mais provável é que o combustível continue líquido e apenas pegue fogo. Ainda assim, uma pesquisa feita nos EUA entre 2002 e 2005 indicou que só 3% dos acidentes viraram incêndios.

3) Dá para fugir de uma explosão em um túnel por uma saída lateral

EXEMPLO Independence Day

No filme de 1996, um cão escapa de uma bola de fogo num túnel entrando num nicho na parede. Pura lorota! “A velocidade de reação humana ou do animal é menor do que a da detonação da gasolina, que é de 1.680 metros por segundo”, diz o especialista em segurança pública Rodrigo Müller. “E a onda de choque não segue em linha reta. Ela se divide, atingindo todos os ambientes”.

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4) Ninguém paga a conta da destruição causada pelas autoridades

EXEMPLO Máquina Mortífera

Uma empresa de análise de custos de grandes desastres estimou que seriam necessários US$ 160 bilhões para consertar o dano a Nova York visto em Os Vingadores. Mas, ok, eram super-heróis. E se os culpados fossem a polícia? Nada é de graça: o Estado deve arcar com o custo, o que pode implicar em menos verbas para equipamentos ou aumento do efetivo, por exemplo. Nos EUA, já existem apólices para empresas particulares que cobrem até “danos de guerra”.

5) Se você for preso, só tem direito a um telefonema

EXEMPLO O Cavaleiro das Trevas

E se ninguém atender o telefone? Não se preocupe. A advogada criminalista Adriana Filizzola D’Urso explica que o artigo 5o da Constituição garante o direito à assistência da família e do advogado. Não importa quantas ligações são necessárias até que eles fiquem sabendo do ocorrido. “O juiz também é avisado para checar a legalidade da prisão”, explica.

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André Bergamin / Mundo Estranho ()

6) É possível salvar alguém que está caindo sem paraquedas

EXEMPLO Caçadores de Emoção

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Não, não é. A física joga contra. Se uma pessoa de 85 kg caísse de um avião a 3,6 km de altura, o “salvador” teria no máximo dez segundos para pular atrás dela. O instrutor de paraquedismo Roberto Schleiffer diz que, mesmo que o herói a alcançasse, seria impossível segurá-la, pois estaria a 200 km/h quando levasse o forte tranco da abertura do paraquedas.

7) É fácil escapar de um tiroteio intenso sem se machucar

EXEMPLOS Matrix e 007 – Quantum of Solace

Pense na matemática: uma única metralhadora cospe mais de 600 tiros por minuto, cada um deles expelido a uma velocidade média de 720 metros por segundo – e o recorde de velocidade humana é cerca de 12 metros por segundo. “Sem prever os disparos, é praticamente impossível conseguir se desviar de todos eles”, garante Rodrigo Müller, instrutor policial e de tiro.

8) Fazer uma ligação direta é simples e rápido

EXEMPLOS 60 Segundos e O Ultimato Bourne

Geralmente, os filmes só mostram o personagem forçando o motor ao conectar dois fios. Eles pulam uma etapa: é preciso ligar outros cabos para ativar o sistema elétrico. Isso é difícil, porque eles variam de cor de acordo com o modelo (fazer “no chute” pode causar um curto-circuito). E, para expô-los, é preciso remover a proteção da coluna de direção, que pode estar parafusada.

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9) Bombas-relógio têm um grande visor de tempo

EXEMPLOS O Cavaleiro das Trevas Ressurge e vários filmes da franquia 007

Pense bem: se você fosse um terrorista, por que avisaria as autoridades quanto tempo falta até a bomba explodir? Hoje, só uma minoria dos explosivos apresenta o visor. Mas o mito tem uma origem realista: “Antigamente [os dispositivos] eram feitos com relógios despertadores. Hoje são feitos com celulares, acionados via timer ou por meio de um telefonema”, explica Müller.

Essa matéria faz parte da reportagem MENTIRAS CINEMATOGRÁFICAS. Confira as outras partes:

CONSULTORIA Marcos Stavale, neurologista do Hospital Albert Einstein, Adriana Filizzola D’Urso, advogada criminalista, Rodrigo Müller, instrutor policial e especialista em gestão de segurança pública na Müller Consultoria e Treinamento, Regina Navarro Lins, sexóloga e escritora, Luís Felipe Eliseu de Silveira, major-aviador da Aeronáutica Brasileira, Roberto “Sombra” Schleiffer, instrutor-chefe da Escola Brasileira de Paraquedismo, Natalício Bezerra Silva, presidente do Sindicato dos Taxistas de São Paulo, Luís Mundim, porta-voz da empresa Atlas Schindler.

FONTES Infraero, National Institute of Neurological Disorders and Stroke (EUA), Centro de Referência para o Ensino de Física (UFRGS), Royal Society of Chemistry, Environmental Protection Agency, Journal of Psychopathology and Behavioral Assessment, revista Focus e sites O Globo, Wired, Hollywood Reporter, NatGeo, Gol Mathspig, Livestrong, Military, Jalopnik, Air Conditioning Company e Texting and Driving Safety

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