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Marie Laveau, a feiticeira de Nova Orleans

Graças ao vodu, Marie Laveau foi a mulher mais poderosa de Nova Orleans. Ela usava a religião para controlar as famílias mais poderosas da cidade

Por Tiago Cordeiro
Atualizado em 11 mar 2024, 15h17 - Publicado em 26 jun 2017, 16h18

Sugestão do TdF Gabriel Duarte
Ilustra
Dudu Torres
Edição Felipe van Deursen

(Dudu Torres/Mundo Estranho)

1. A infância dela é pouco conhecida. Nascida em 1794, Marie era filha bastarda de uma escrava liberta chamada Marguerite com o quinto prefeito de Nova Orleans (EUA), Charles Laveau. Ela tinha uma vida confortável, em uma fazenda. A mãe e a avó eram sacerdotisas, ofício que ela aprendeu na adolescência

2. Na juventude, Marie trabalhou com importação de bebidas. Há boatos de que também foi dona de bordel. Ela se tornou uma mulher alta e bonita, que usava lenços coloridos na cabeça e brincos grandes e brilhantes. Em 1819, com 25 anos, casou-se com o imigrante haitiano Jacques Paris

3. Um ano depois, Jacques desapareceu em circunstâncias misteriosas. Ele pode ter simplesmente se mudado sem avisar ninguém ou ter sido executado por um inimigo. O fato é que, desde então, Marie passou a se apresentar como a “viúva Paris”. Ela ficou com o patrimônio do marido

4. Depois do sumiço, Marie abriu um salão de cabeleireiro, frequentado pelas mulheres mais poderosas da cidade. Como ela também atendia na casa das clientes, teve acesso aos segredos da elite. Possivelmente, o trabalho estético vinha acompanhado do religioso. Ela lia o futuro nas cartas e fazia trabalhos para ajudar as pessoas a enriquecer

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5. Homens procuravam Marie para provocar abortos a distância em jovens pobres que eles haviam engravidado. Em consequência, ela teria sofrido uma maldição: seus filhos morreriam cedo. Com o segundo marido, Christophe Dominick de Glapion, ela teve 15 crianças. Somente uma, Marie Laveau 2ª, chegaria à fase adulta

6. Marie era muito requisitada por famílias de condenados à morte. Dizia-se que, quando ela colocava três pimentas na boca por alguns segundos e depois as depositava debaixo da cadeira do juiz, o julgamento ficava favorável à libertação do réu. O preço pelo milagre era alto: a casa de Marie teria sido o pagamento recebido para salvar o filho de um fazendeiro rico

7. O vodu era uma religião popular em Nova Orleans. O principal endereço dos rituais era a praça Congo, que ficava nos arredores da cidade. As cerimônias conduzidas por Marie, geralmente nas tardes e noites de domingo, envolviam atabaques, pessoas entrando em transe e galos e bodes sacrificados. O sangue era lançado sobre os frequentadores que precisavam de purificação

8. Em 1860, a feiticeira parou de praticar vodu em público sem dar explicação. A velhice dela foi ainda mais misteriosa, mas Marie nunca deixou de circular pelas ruas da cidade. Teria morrido tranquilamente, em 1881, durante o sono, e recebido um funeral com grandes honras. Porém, o túmulo seria falso. Na época, diziam que ela abandonou o corpo e se transformou em um corvo que continua sobrevoando a cidade

9. Mesmo nas versões em que ela morreu, o local da sepultura é um mistério. O suposto túmulo mais conhecido fica no cemitério St. Louis 1, lugar considerado mal-assombrado. Lá, ainda seria possível pedir favores a Marie: basta ir à suposta tumba, escrever um X sobre a lápide, girar sobre o próprio corpo três vezes e dizer em voz alta o que quer

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10. A feiticeira é um ícone cultural. Foi retratada na série American Horror Story: Coven e em HQs da Marvel nos anos 70. Existem também diversas músicas sobre Marie. E a marca de perfumes Creole Moon tem uma linha de produtos batizados com o nome da rainha do vodu

QUE FIM LEVOU?
Marie e o vodu seguem populares em Nova Orleans. As pessoas mantêm o costume de visitar sacerdotisas para ler o futuro, pedir saúde ou amor

Fontes Livros Voodoo Queen, de Martha Ward, e Voodoo in New Orleans, de Robert Tallant

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