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Graham Bell inventou o telefone, mas não gostava de ligar para ninguém

Ele revolucionou as telecomunicações ao inventar o telefone. Ficou rico com a criação. Mas não gostava de usá-la

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 5 set 2019, 19h01 - Publicado em 8 mar 2013, 22h00

Alexander Graham Bell patenteou e desenvolveu o primeiro dispositivo prático capaz de transportar o som da voz humana por meio de impulsos elétricos. A máquina que ficou conhecida como telefone foi uma sensação imediata e tornou seu criador famoso e rico. Apesar disso, seu inventor achava que toda a atenção despertada pelo aparelho causava danos à sua reputação por ofuscar o resto do seu trabalho.

Faz sentido. Quando Bell disse as primeiras palavras a seu assistente em seu telefone experimental – “Sr. Watson, venha aqui. Quero vê-lo” -, em 10 de março de 1876, esse resultado era fruto de uma década de estudos sobre a voz humana.

O interesse por esse campo de pesquisa foi resultado de circunstâncias familiares. Sua mãe começou a perder a audição quando ele tinha 12 anos, o que o motivou a estudar acústica. Ainda jovem, ele chegou a desenvolver uma técnica para falar com sua mãe, com tons modulados, pronunciados diretamente em sua testa, o que permitia que ela ainda o ouvisse (com o som se propagando como vibrações através do crânio, mecanismo usado hoje em aparelhos de amplificação da audição).

Nascido em Edimburgo, na Escócia, Bell imigrou com a família para o Canadá e, mais tarde, ao conseguir uma vaga como professor de fisiologia vocal e elocução na Universidade de Boston, mudou-se para os Estados Unidos. Foi lá, aos 25 anos, que ele conheceu Mabel – também surda e 10 anos mais nova que ele. Era a moça que se tornaria sua esposa.

TELÉGRAFO HARMÔNICO

A invenção apoteótica de Bell nasceria dos esforços para criar um telégrafo capaz de emitir múltiplos sinais simultaneamente. O escocês pensou em usar tons diferentes para codificar as mensagens. A ideia era boa. O problema era fazer o negócio funcionar.

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Foram dois anos “martelando” até chegar a um sistema que fosse prático. Àquela altura, o problema do telégrafo já havia sido solucionado por Thomas Edison, e Bell se concentrou em transmitir a voz humana. Uma vez estabelecido o telefone, Bell tentou vender a patente à Western Union, mas ouviu deles que o aparelho era apenas um brinquedo inútil. Então, em 1877, o escocês fundou a Bell Telephone Company.

Enquanto o dinheiro entrava, os processos de disputa da patente não paravam. O que talvez explique o horror do inventor à sua criação. “Um amigo de Bell revelou que ele odiava telefones”, diz Margret Winzer, pesquisadora da Universidade de Lethbridge, no Canadá. “Uma vez, o amigo pediu para usar o telefone, ao que Bell respondeu: `Há um telefone na casa, mas eu mantenho essa chatice o mais longe daqui que consigo.”

Com uma abordagem sistemática e, por vezes, exaustiva de cada tema estudado, Bell também é responsável por outras invenções importantes, como o detector de metais. Além disso, teve um papel relevante na aeronáutica ao participar do processo que levou ao aperfeiçoamento do aeroplano. Em 1907, ele fundou a Associação de Experimento Aéreo (AEA), que ajudou a difundir a aviação nos Estados Unidos. Também foi um dos fundadores da revista científica americana Science, hoje um dos periódicos mais influentes do planeta.

Entretanto, nem tudo foram flores na carreira do inventor. Ele foi um forte defensor da eugenia e tinha especial preocupação com a questão da surdez. Considerando que, em casos congênitos, parecia haver um fator de hereditariedade forte, Bell sugeriu que casais de surdos não deveriam ter filhos.

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Em 1921, ele foi o presidente honorário do Segundo Congresso Internacional de Eugenia, realizado com o apoio do Museu Americano de História Natural, em Nova York. Na época, algumas organizações defendiam a esterilização compulsória de pessoas consideradas, como Bell as chamava, “uma variedade defeituosa da raça humana”. Em alguns estados americanos, essas leis chegaram a ser implementadas e serviram de modelo para o que seria adotado na Alemanha nazista.

QUEM INVENTOU O TELEFONE?

Como muitas invenções da era moderna, o telefone foi objeto de uma grande disputa em torno de sua autoria. Graham Bell conquistou a primeira patente do dispositivo e foi o pioneiro a demonstrá-lo e levá-lo a um estágio comercial. Mesmo assim, houve 587 processos judiciais nos Estados Unidos, num período de 18 anos, contestando sua primazia.

São muitos os candidatos alternativos a inventor do telefone, mas o que mais se aproxima é Elisha Gray, dos Estados Unidos. Ele chegou a submeter um aviso ao Escritório de Patentes americano uma espécie de rascunho provisório chamado de “caveat” , com desenhos da invenção, no mesmo dia em que o advogado de Bell deu entrada em seu pedido completo de patente.

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