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Buraco Negro

É pouco provável que consigamos criar um deles em laboratório

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h27 - Publicado em 30 jun 1988, 22h00

Alessandro Greco e Denise Barros

A entrada em operação do maior acelerador de partículas do mundo em 2010 levou à preocupação de que buracos negros artificiais engolissem a Terra.

A cerca de 100 metros de profundidade, na fronteira da França com a Suíça, prótons são acelerados a quase 300 mil quilômetros por segundo e arremessados uns contra os outros pelo Grande Colisor de Hádrons (LHC, na sigla em inglês), o acelerador de partículas mais potente do mundo. O objetivo é recriar o Big Bang, a explosão do Universo que deu origem a tudo, e estudar o que aconteceu naquele momento inicial da existência. Em uma dessas trombadas, é possível que seja criado um buraco negro, um corpo com uma massa pequena, mas cuja densidade tende ao infinito. Essa densidade gera uma força gravitacional capaz de atrair tudo, até a luz, para dentro do buraco. Quanto mais matéria engole, mais gordo fica – sua massa aumenta. Quanto maior a massa, maior a gravidade. E seu poder de sucção vai crescendo. Teo-ricamente, um desses pode ficar grande a ponto de engolir a Terra. Mas e na prática? Aí a história é outra. “Criar um buraco negro no LHC é possível, mas caso isso aconteça ele irá se evaporar muito rapidamente. Eu diria que, de 0 a 10, a chance de ele se formar e sermos capazes de observá-lo é 1”, afirmou à SUPER o físico Sergio Novaes, que faz parte dos mais de 10 mil cientistas de todo o mundo que trabalham em projetos do LHC. “A possibilidade de esse buraco negro crescer e engolir a Terra é basicamente zero.”

O LHC demorou 25 anos entre concepção e início da operação e custou US$ 5,2 bilhões (daria para reformar seis Maracanãs para a Copa). Com a energia conseguida por seus potentes magnetos, partículas são arremessadas umas contra as outras e recriam o universo como ele era há cerca de 14 bilhões de anos. Essas colisões já trouxeram à vida muitas partículas que não conhecíamos em outros aceleradores. Agora, no LHC, é possível que, segundo as leis da física, além de novas partículas, um buraco negro apareça.

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Buracos negros podem ser formados no céu

Colisões similares às que ocorrem no LHC acontecem todos os dias no céu. Neste momento, partículas com muito mais energia que as produzidas no acelerador estão se chocando. Ou seja: buracos negros podem teoricamente estar se formando e sumindo a cada instante. “Essas colisões acontecem o tempo todo de maneira esparsa no céu com a Terra sendo bombardeada por raios cósmicos. E, como você pode perceber, não fomos engolidos por um buraco negro que possa ter sido formado por elas”, explica Sergio Novaes.

Caso não se evapore rapidamente, o buraco negro poderia literalmente começar a sugar tudo para dentro de seu centro, de onde nem a luz consegue escapar. Primeiro o espaço ao redor do LHC – e depois a atmosfera, o subsolo, o centro da Terra, o planeta inteiro, enfim. A física não é capaz de saber quanto tempo isso demoraria.

Um buraco negro que sugasse tudo lentamente causaria tsunamis, furacões, terremotos e asfixia (o oxigênio também iria para dentro). Mas existe a hipótese de tudo ser tão rápido e sem drama quanto o ato de desligar uma TV. O buraco teria a mesma massa da Terra, apesar de ser menor que a cabeça de um alfinete. Ficaria no mesmo lugar do planeta, com a Lua girando ao seu redor. Não é impossível, só muito improvável.

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