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Qual veneno foi usado no ataque ao presidente Obama?

Entenda como a ricina afeta o sistema nervoso e pode causar graves sequelas

Por Danilo Cezar Cabral
Atualizado em 22 fev 2024, 10h41 - Publicado em 23 jul 2013, 15h03

A ricina, uma substância mil vezes mais tóxica que o cianeto. Ela pode ser fatal quando inalada, ingerida ou injetada no organismo. E não há antídoto! Em abril de 2013, doses em pó desse veneno foram encontradas em envelopes enviados ao presidente dos EUA, Barack Obama, e ao senador Roger Wicker. A correspondência foi interceptada pela polícia federal, que, até o fechamento desta edição, ainda estava à procura do autor do atentado. O uso da ricina não é incomum. Extraída da semente da mamona, ela foi estudada pelos militares dos EUA como agente para guerra biológica em 1940. E relatórios de organizações humanitárias dizem que ela foi aplicada na Guerra do Iraque em 1980 e, recentemente, por grupos terroristas.

 

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VENENO NATURAL

A ricina pode ser facilmente obtida da natureza. É um subproduto da extração do óleo de semente de mamona. A partir dessa matéria-prima, dá para transformá-la em pó ou granulados ou diluí-la em água ou ácidos leves. A substância final mantém-se estável sob condições normais de umidade e temperatura, mas é neutralizada em temperaturas acima de 80 oC.

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FOI POR QUERER QUERENDO

A contaminação acidental é improvável (a não ser que alguém aí curta comer semente de mamona!). Mas, nas mãos de gente com más intenções, a ricina pode virar um agente biológico multiúso, dispersado no ar, na água ou nos alimentos. A toxina, em si, não passa de pessoa para pessoa. Mas, se estiver na roupa de uma vítima, por exemplo, alguém próximo pode se contaminar.

PRIMEIROS SOCORROS

Embora não exista um antídoto, a cura é possível. Mas depende do tipo de exposição e da quantidade da substância no organismo. As primeiras medidas procuram restaurar a respiração e a pressão arterial e prevenir convulsões. Em caso de ingestão, o estômago é lavado com carvão ativado, que tem alta capacidade de absorção de reagentes químicos.

JÁ PRO CHUVEIRO!

A contaminação exige cuidados urgentes. Se a ricina for lançada no ar, é preciso deixar a área imediatamente e buscar ar fresco. As roupas têm de ser removidas e isoladas em sacos plásticos. Depois, deve-se lavar o corpo todo com água e sabão por pelo menos meia hora. Em caso de ingestão, não induza ao vômito nem beba líquidos: procure socorro médico imediatamente.

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EFEITOS

A toxina mata células ao impedi-las de produzir proteínas necessárias para a sobrevivência. Os efeitos da contaminação e o prazo até a morte (entre 36 e 72 horas após) dependem da quantidade de ricina e do método de exposição:
Inalação: Vômito e diarreia com sangue causam forte desidratação e queda na pressão sanguínea. Convulsões e sangue na urina também podem rolar. A vítima morre por falha múltipla de órgãos, como fígado, rins e bexiga.
Ingestão: Dificuldades respiratórias, febre, tosse, náusea e pressão no peito. Outras consequências são o acúmulo de fluidos no pulmão e pele azulada. A morte é causada por falha respiratória ou baixa da pressão sanguínea.
Contato nas mucosas: Se a ricina atacar a boca, o nariz ou os olhos, pode provocar inchaço e dor no local. Ela não pode ser absorvida pela pele – mas uma vítima com a toxina nas mãos pode, por exemplo, contaminar um alimento e ingeri-lo.

 

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REPLAY DE TERRORISMO

Esta não foi a primeira vez que o presidente dos EUA quase recebeu uma carta com ricina. Em 2003, a triagem-padrão da Casa Branca interceptou uma correspondência com a toxina, enviada pelo remetente “Fallen Angel” (anjo caído). Ele também enviou outra para um endereço não divulgado no estado da Carolina do Sul e, em 2004, para um dos prédios do Senado norte-americano

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FONTES Center for Disease Control and Prevention (CDC), Federal Bureau of Investigation (FBI) e BBC News.

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