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Teoria da Conspiração: a máfia matou John Kennedy?

Em 1976, uma investigação concluiu que o assassinato do presidente americano JFK foi uma ação de três atiradores

Por Pedro Henrique Tavares
Atualizado em 28 mar 2023, 14h43 - Publicado em 18 jan 2017, 16h35

O presidente dos EUA foi assassinado em 22 de novembro de 1963. A versão oficial diz que foi trabalho de um homem só, mas investigações apontam um complô

1. Kennedy estava na cidade de Dallas para um comício. Do aeroporto, ele foi direto para uma limusine conversível, acompanhado pela esposa, Jacqueline, pelo governador do Texas, John Connally, e sua esposa, Nellie, e também pelo motorista e por um segurança. Às 12h29, a limusine entrou na Praça Dealey

2. Em 1964, a Comissão Warren, montada para investigar o caso, concluiu que o presidente foi morto por dois tiros disparados às 12h30 por Lee Harvey Oswald, assassino que teria agido sozinho. Porém, em 1976, uma investigação da Comissão Investigadora da Câmara dos Representantes dos EUA concluiu que o assassinato foi uma ação de Oswald e mais dois atiradores

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(Samuel Leme)

3. O primeiro atirador estava no 2o andar do prédio Dal-Tex. O segundo (Oswald), no 6o andar do prédio Texas School Depository. O terceiro, na área gramada. O primeiro tiro teria atingido JFK pelas costas e saído pela garganta. O segundo tiro atingiu Connally nas costas, saiu pelo seu peito e se alojou em sua coxa. Obs.: o tempo indicado na imagem para cada tiro (em segundos e milissegundos) se refere à minutagem do vídeo amador que gravou o atentado

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4. Os dois próximos tiros ocorreram com apenas um décimo de segundo entre eles. O terceiro atingiu o presidente na parte de trás da cabeça, saindo e atingindo o para-brisa. Um fragmento dessa bala ainda atingiu Connally no pulso direito. O quarto, vindo do gramado, atingiu o presidente no rosto, no mesmo lugar por onde o terceiro saiu
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5. Kennedy chegou vivo ao hospital, porém foi declarado morto às 13h33. Oswald, visto por testemunhas, foi perseguido e preso às 13h50. Embora a versão oficial do crime seja a da Comissão Warren, o relatório da Comissão Investigadora apontou que o assassinato “foi resultado de uma conspiração” e que “o crime organizado teve participação no processo” (veja os motivos no boxe)

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(Samuel Leme)

6. Coube à Máfia a queima de arquivo. Dois dias após ser preso, acusado pelo homicídio, Oswald foi assassinado na sede da Polícia de Dallas enquanto era transferido para uma prisão de segurança máxima. No momento em que era escoltado, ele foi abordado por um atirador, que, em frente às câmeras de TV, o matou com um revólver

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POR QUE ELE FOI ASSASSINADO?

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I. VINGANÇA

Os Kennedy estavam envolvidos com a Máfia. Ela, inclusive, ajudou a financiar a campanha que elegeu JFK presidente em 1961. Porém o crime organizado se sentiu traído quando JFK nomeou o irmão, Robert, para a procuradoria-geral. Isso porque ele promoveu uma “caçada” às instituições criminosas

II. DINHEIRO

Fidel Castro subiu ao poder em 1959 e fechou os cassinos de Cuba, que eram administrados pela Máfia. Os mafiosos queriam que JFK derrubasse Fidel. No entanto, após o fracasso da invasão da Baía dos Porcos, em 1961, ele preferiu diplomacia. A continuidade do regime deixou os mafiosos furiosos

III. POLÍTICA

Outra instituição descontente era a CIA, que queria o cubano fora do jogo. Os crentes na teoria argumentam que foi a CIA que executou o plano, com a ajuda da Máfia. A culpa seria – e foi – colocada em um fanático comunista (Oswald). Tudo isso criaria um cenário propício para uma invasão a Cuba

Por outro lado

Ainda há documentos secretos que mantém a teoria conspiratória viva

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-A polícia de Dallas havia sido alertada pelo FBI sobre o risco que Oswald corria. Temendo que ele não tivesse cometido o crime sozinho, a organização avisou os policias da cidade para reforçar a proteção. Não adiantou: ele foi morto no dia seguinte por Jack Ruby

– Ruby disse ter agido por raiva. Porém o mafioso Sam Giancana contou em biografia que ele mesmo convocou Ruby para matar Oswald. Ruby já havia prestado serviços à Máfia e colaborado com a CIA na invasão da Baía dos Porcos

– Sam Giancana também revelou que Oswald trabalhava para a CIA, foi treinado como espião na União Soviética e tinha ligações com a Máfia. Quando voltou aos EUA, em 1962, Oswald costumava militar a favor do regime cubano. Isso seria, na verdade, uma orientação da CIA para pintá-lo como um comunista fanático

-Oswald se encontrou com o cônsul soviético Valeriy Kostilov na embaixada da URSS da Cidade do México, em setembro. No início do mês seguinte, o assassino ligou para o local, pedindo por atualizações sobre um suposto telegrama para Washington. Nos documentos da CIA, Kostilov era descrito como um membro da KGB na unidade responsável por sabotagem e assassinato

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– Apesar das investigações da Comissão Investigadora, a própria família Kennedy teria pedido para abafar o caso, já que a publicidade de uma suposta relação com a Máfia poderia prejudicar sua reputação

– Ainda na década de 1970, o senado norte-americano chegou a ampliar a investigação e convocou diversos gângsteres para depor. No entanto, nenhum deles compareceu. Muitos, incluindo Sam Giancana, foram assassinados

– Em 1992, o jornal New York Post afirmou que mafiosos como Jimmy Hoffa, Santo Trafficante e Carlos Marcello participaram de tudo. O advogado de Giancana teria repassado a informação do plano a eles

-O FBI, desde o início, estava preocupado com as teorias da conspiração envolvendo o assassinato. J. Edgar Hoover, diretor da organização, declarou na época encontrar dificuldades para que a população acreditasse que Oswald era o verdadeiro assassino

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-Um repórter do Reino Unido recebeu uma ligação anônima 25 minutos antes do assassinato de JFK. A mensagem era para que ele ligasse para a embaixada dos EUA em Londres e pedir por alguma grande notícia

FONTES Relatório da Comissão Investigadora da Câmara dos Representantes dos EUA, relatório da Comissão Warren; livros Double Cross: The Explosive Inside Story of the Mobster Who Controlled America, de Sam Giancana e Chuck Giancana, Bound by Honor: A Mafioso’s Story, de Bill Bonanno, Honra Teu Pai, de Gay Talese, e O Irlandês: Os Crimes de Frank Sheeran a Serviço da Máfia, de Charles Brandt

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