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É verdade que o Brasil pode inundar a Argentina usando Itaipu?

Uma enchente só ocorreria se outra barragem, a 400 km da hidrelétrica, também se rompesse.

Por Redação Mundo Estranho
Atualizado em 22 fev 2024, 11h05 - Publicado em 18 abr 2011, 18h52

Em tese, dá sim para encher de água algumas regiões do nosso país vizinho. Mas, na prática, a possibilidade é remota, porque provavelmente a tromba d’água seria contida ou se dissiparia no meio do caminho.

De início, é preciso deixar claro que só um acidente de proporções homéricas (ou o uso de uma grande quantidade de explosivos) seria capaz de arrebentar a barragem da represa de Itaipu. Mesmo assim, essa situação é bastante improvável.

Além de possuir diversos sistemas de segurança, a hidrelétrica foi construída em módulos independentes. Ou seja, ainda que algumas comportas sejam rompidas, as outras continuam funcionando normalmente. Além disso, a água liberada pela represa não seria suficiente para inundar todo o território argentino. “O efeito seria parecido com o de uma grande enchente de causas naturais”, diz o engenheiro eletricista Júlio Meirelles, da hidrelétrica de Itaipu.

De acordo com os especialistas, cidades vizinhas à hidrelétrica poderiam ter grandes áreas alagadas, mas o território argentino sairia quase ileso. “Isso porque a calha do rio Paraná acabaria absorvendo o excesso de água alguns quilômetros abaixo”, afirma o engenheiro florestal Arnaldo Muller, que participou da equipe que projetou Itaipu.

Uma enchente feia em território argentino só aconteceria caso também fossem abertas, de uma só vez, as comportas da usina de Yaciretá, a 400 quilômetros abaixo de Itaipu, também no rio Paraná. “Além de gerar energia para a Argentina e para o Paraguai, essa hidrelétrica tem um papel estratégico de contenção das águas do rio”, diz Muller. Como a região abaixo do lago de Yaciretá é uma planície de terras baixas, o risco de alagamento é bem maior.

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Catástrofe improvável

Uma enchente só ocorreria se outra barragem, a 400 km de Itaipu, também se rompesse

(Mauro Souza/Mundo Estranho)

1. Para destruir a gigantesca hidrelétrica de Itaipu, só mesmo um atentado de grandes proporções. Nesse caso, as águas represadas no lago acima da usina despencariam 115 metros e formariam uma onda com dezenas de metros de altura no rio Paraná

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2. A enorme tromba d’água atingiria as cidades de Foz do Iguaçu, no Brasil, e Ciudad del Este, no Paraguai. Até mesmo a ponte da Amizade, que liga os dois países, ficaria submersa. Para piorar, a onda gigantesca poderia entrar pelo rio Iguaçu, que desemboca no rio Paraná, e se chocar contra as cataratas, o principal ponto turístico da região

3. Alguns quilômetros depois, a inundação perderia o ímpeto. Como nesse ponto a calha do rio Paraná é bastante profunda, a maior parte da água provavelmente seria absorvida pelo leito do rio. Depois disso, a hidrelétrica de Yaciretá, localizada 400 quilômetros abaixo de Itaipu, na fronteira entre a Argentina e o Paraguai, se encarregaria de conter a já diluída enchente

4. O único risco é se a barragem de Yaciretá se romper também. Como a região abaixo do lago dela é uma grande planície alagável, a água poderia inundar uma área de 500 a mil metros além de cada uma das margens do rio Paraná (que logo depois se une ao rio Paraguai). Aí, a enchente poderia atingir Buenos Aires, que fica às margens do rio da Prata, formado pela junção do Paraná com o rio Uruguai

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