Não há provas de que isso realmente ocorra. Acontece que, com ou sem febre, a temperatura do corpo oscila naturalmente e, no final da tarde, costuma-se perceber um aumento nessa temperatura – mas a ciência ainda não descobriu por quê. “Uma hipótese é de que as contrações musculares exercidas durante o dia mantenham nosso corpo mais quente, atingindo temperatura mais alta ao entardecer. Já o estado de relaxamento muscular em que acordamos de manhã teria efeito contrário”, afirma o clínico geral Zyun Masuda, de São Paulo. Se a pessoa estiver com febre, outro fator pode ajudar a aumentá-la. “Existe a possibilidade de que isso se deva a uma baixa natural na ação do cortisona. Esse hormônio é liberado nas primeiras horas da madrugada e nos ajuda a permanecer ativos durante o dia. Mas, com o passar do tempo, o organismo vai ficando mais lento e, com isso, a febre pode subir”, diz outro clínico geral, Arnaldo Litchenstein, do Hospital das Clínicas de São Paulo.
Além disso, quando chega a noite, os estímulos do dia-a-dia diminuem, abrindo espaço para a pessoa sentir com mais intensidade não só o calor da febre, como os outros sintomas que podem acompanhá-la, como dores e mal-estar. “Existem, sim, doenças específicas que causam febre intensa ao anoitecer, como a tuberculose, mas ainda não temos uma explicação para isso. Já uma inflamação causa febre alta o dia inteiro”, afirma Arnaldo.