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Quem inventou o sutiã?

A peça tem uma história conturbada e demorou a ser aceita pelas mulheres

Por Roberto Navarro
Atualizado em 22 fev 2024, 10h57 - Publicado em 18 abr 2011, 18h57

É praticamente impossível dizer quando ele surgiu e quem foi seu verdadeiro autor. O sutiã – palavra que vem do francês soutien gorge (“sustentador de seio”) – tem quase dois milênios de história. “Mosaicos romanos dos séculos III e IV da Era Cristã mostram mulheres usando uma faixa de tecido sobre os seios chamada strophium, muito semelhante aos atuais sutiãs sem alça”, diz o historiador João Braga, que dá aulas de História da Moda na Faculdade Senac, em São Paulo. Apontar o nascimento da versão moderna da peça também não é tarefa fácil.

A partir do final do século XIX apareceram, principalmente nos Estados Unidos e na França, vários desenhos de sustentadores de seios. O problema é que a novidade nunca empolgava as mulheres. Nessa corrida criativa, quem se deu melhor foi a socialite americana Mary Phelps Jacob.

Em 1914, talvez por sua popularidade na sociedade nova-iorquina, ela conseguiu tornar famoso um modelo feito com lenços de seda amarrados por faixas. Um ano depois, Jacob obteve a primeira patente do sutiã, oficializando seu status de inventora do produto.

Nas décadas seguintes, embora tenha evoluído muito, a peça passaria por momentos conturbados. No final dos anos 1960, as feministas queimavam sutiãs em suas passeatas, numa metáfora para os pedidos de libertação da mulher.

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Nos anos 1990, eles apareceram como vilões do câncer de mama após a publicação do livro Dressed to Kill, no qual os pesquisadores americanos Sydney Ross Singer e Soma Grismaijerin afirmavam que o uso da peça reduzia a eliminação de toxinas dos seios, o que aumentaria a probabilidade de desenvolver a doença. Essa teoria, porém, nunca foi comprovada.

História da peça

Da Roma antiga ao incrível modelo em spray

Século III – Primeiros registros

Mulheres romanas faziam atividades atléticas usando uma faixa de tecido chamada strophium. Mas modelos parecidos já eram usados séculos antes na Grécia para amarrar os seios e facilitar o movimento dos braços.

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1893 – Tempos modernos

Mary Tucek faz o primeiro desenho de sutiã com modelagem semelhante à atual, com bojos separados, alças para os ombros, e preso na parte de trás por colchetes. A criação, apesar de prática, não emplacou por falta de maior divulgação.

1907 – O termo brassière

A palavra brassière – de onde vem o termo bra, como o sutiã é conhecido em inglês – aparece pela primeira vez na revista Vogue. “Na França, porém, brassière é o nome de uma camiseta curta, como os tops modernos”, diz o coordenador de moda do Senac, José Gayegos

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1912 – A vez do elástico

A comerciante francesa Herminie Cadolle, que daria o nome a uma marca de lingerie, desenvolve uma nova peça para sustentar os seios. O modelo também não conquista o público, mas traz uma contribuição fundamental para o futuro do sutiã: o uso do elástico.

1914 – Sai a patente

Para usar um vestido decotado, a socialite americana Mary Phelps Jacob amarra com faixas dois lenços de seda para segurar os seios. A ideia pega em Nova York e, no ano seguinte, Jacob obtém a primeira patente do gênero, consagrando o nome brassière.

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1928 – 38, 42, 46…

Nos Estados Unidos, a imigrante russa Ida Rosenthal cria a numeração para o tamanho do busto, que determina o bojo do sutiã. Ela também desenvolve modelos realçando os seios, num protesto contra as melindrosas dos anos 20 e seus bustos pequenos.

1951 – Sutiã de náilon

Material sintético inventado pouco antes da Segunda Guerra Mundial, o náilon, originalmente usado para fazer paraquedas, vira matéria-prima fundamental na produção de lingerie. Nos anos seguintes, as palavras sutiã e náilon se tornam quase inseparáveis.

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1978 – Versão adesiva

Os anos 80 no Brasil chegariam com a moda do modelador de seios, um par de adesivos para sustentar o busto

1990 – Mais volume

O wonder bra, ou “sutiã maravilha”, projetado para dar destaque máximo aos seios, tornando-os mais firmes e de aparência bem mais volumosa, é a grande sensação da moda íntima feminina durante a década de 90

2001 – Modelo invisível

A grife francesa Yves Saint-Laurent lança o sutiã em spray! O Haute Tenue é um líquido à base de proteína de soja, que promete reforçar as fibras elásticas da pele, dando firmeza ao busto. Seria o início da era dos sutiãs invisíveis? Ainda não.

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