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Como é feito um transplante facial?

Transplante liga vasos sanguíneos e nervos do rosto do doador ao receptor

Por Luiz Fujita
Atualizado em 22 fev 2024, 11h34 - Publicado em 1 set 2009, 17h26
(Rubens Paiva/Mundo Estranho)

1. O primeiro passo do transplante é procurar um doador com características semelhantes às do receptor: mesmo tipo sanguíneo e fator Rh, idade e físico parecidos. Além disso, o doador tem que ter tido morte cerebral nas duas horas anteriores à cirurgia e a família dele precisa autorizar a doação expressamente

2. A face é “desconectada” do doador cortando os nervos primeiro. Depois, presilhas chamadas clamps microcirúrgicos são colocadas nos vasos para evitar que o sangue escorra – só então veias e artérias são cortadas. Elas são deixadas por último para que a face não fique muito tempo sem sangue, o que prejudicaria o fluxo sanguíneo no receptor

(Rubens Paiva/Mundo Estranho)

3. Diferentemente do enxerto, que transfere somente pele, nessa cirurgia toda a face é transplantada, formando uma “máscara” que é retirada do doador, com uma camada de gordura, outra de músculos e toda a rede de vasos e nervos. Em alguns casos, até mesmo porções de osso são transferidas

4. Como é arriscado e complicado, o transplante de face não deve ser feito a torto e a direito. Os candidatos a receptor devem ter problemas específicos, como grandes queimaduras, doenças congênitas, câncer de pele avançado ou traumas profundos, como afundamento do crânio. Em casos mais simples, como perda de pele por tumores, recomenda-se apenas o enxerto

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5. Duas equipes médicas trabalham simultaneamente: enquanto uma retira a face do doador, outra já vai preparando o receptor, anestesiando e ajustando os vasos e nervos que serão conectados à nova face para que a troca seja feita o mais rápido possível. Geralmente as equipes são compostas de enfermeiros, cirurgião plástico, anestesista e microcirurgião

6. A cirurgia começa com a reconexão dos vasos sanguíneos. Em um transplante completo, são religados os troncos principais da artéria carótida externa, da veia jugular interna e dos nervos infra e supraorbital, mentual, grande auricular e facial. Em transplantes parciais, cada ramificação é religada com ajuda de lentes ou microscópio. Cada tronco dos vasos tem espessura média de 0,5 cm, e os nervos, de 2 a 4 mm

(Rubens Paiva/Mundo Estranho)

7. Os nervos são conectados com pontos na capa (o tubo na parte de fora do nervo), mas, por dentro, as partes que fazem a transmissão do impulso elétrico continuam separadas. O transplantado acaba ficando com a cara “caída”, já que não consegue movimentar o rosto. Por isso, depois da operação, ele recebe pequenos choques para estimular os nervos

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8. Depois de costurar vasos e nervos, a face é afixada com pontos no crânio. A complexidade do procedimento pode ser medida em horas. Para ter uma ideia, apenas a etapa de retirar a face do doador dura cerca de quatro horas e meia, e a colocação no receptor, em torno de cinco horas

Cara nova, vida nova

Depois da cirurgia, transplantado tem que ter paciência para recuperar movimentos

ARTE FINAL
Depois de seis meses a um ano de muita fisioterapia, o paciente começa a recuperar os movimentos e a sensibilidade. Só então é hora de avaliar a estética e verificar se o rosto ficou harmonioso. Se necessário, ele volta para a faca e são feitas cirurgias de correção

INIMIGO ÍNTIMO
Como a face de outra pessoa é um corpo estranho, o transplantado precisa tomar para sempre drogas que enfraquecem o sistema imunológico, impedindo-o de lutar contra o novo rosto. Assim, o paciente fica mais suscetível a infecções e câncer de pele. Estudos recentes mostram que uma injeção de células da medula do doador na corrente sanguínea do receptor diminuem a rejeição

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